Os números, na comparação com outras agremiações, ainda são modestos. Mas o Novo comemora. E faz sentido, na medida em que tinha ainda menos, nos pleitos anteriores, especialmente o municipal de 2020.
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Afinal, o partido concorreu em mais municípios em outubro, e assim o crescimento foi correspondente. Chegou aos 105.737 votos para vereador (71% mais) e elegeu oito, contra três há quatro anos. E alcançou 77.533 para prefeito, com desempenho 128% superior ao pleito anterior.
Na eleição majoritária, o Novo concorreu em seis municípios a prefeito. Entre eles Santa Maria, com Giuseppe Riesgo, e Porto Alegre. E apresentou o candidato a vice em duas comunas, Farroupilha e Lajeado. Nesta última elegeu Guilherme Cé, o futuro vice-prefeito.
O fato é que esse resultado somente foi alcançado porque o partido perdeu alguns pudores. O principal deles foi o financiamento público de campanha, antes contestado, hoje aceito. Outro, como aconteceu em Santa Maria, a política de alianças, muitíssimo menos restritiva do que a até agora adotada.
Preferenciais
Parece evidente (e faz sentido) a tentativa do prefeito eleito Rodrigo Decimo e seus articuladores de, antes de tudo, fechar questão com o principal parceiro. No caso, o Progressistas da vice Lucia Madruga e com dois vereadores. Também faz parte desse momento a conversa com segmentos da comunidade, especialmente os do setor empresarial, que igualmente deram sustentação política aos então candidatos.
Outros parceiros
Imagina-se que, num segundo momento, ou ao mesmo tempo, ainda que sem maior divulgação, os líderes do próximo governo papearão com os outros parceiros da coligação, e que emprestaram apoio de primeira hora. Nesse caso, a questão é, qual o quinhão – sim, eles vão exigir sua parte – político-administrativo do Republicanos, que elegeu dois edis, do PSD e do PSB, que ficaram sem bancada no parlamento?
E tem ainda...
É pouco provável, mas não impossível, que o PL (através de sua bancada na Câmara) também queira ser contemplado. O mesmo vale para o Podemos. No entanto, pelo menos os parlamentares do MDB, que se envolveram bastante na campanha, gostariam de manter os postos que já detêm. E o Novo poderia até ganhar uma secretaria (na área econômica ou afim). São os próximos passos da formação do futuro governo.
Um sinal?
Pode até não ser. E provavelmente não seja. Mas o fato é que a divulgação de foto de uma visita do vereador eleito Sérgio Cechin, do PP, e do vice-presidente da sigla, Mauro Bakof, ao futuro prefeito Rodrigo Decimo (PSDB), tem sido interpretada, em alguns corredores do Palacete da Vale Machado, como sinal de que o pepista tem apoio graúdo para virar presidente da Câmara a partir de 1º de janeiro.
Para fechar!
Sim, o cafezinho começa “a ficar frio” em vários compartimentos do Poder Político santa-mariense. Vale para gabinetes de vereadores que não se reelegeram e vão dar outro rumo à sua vida, e também para escritórios principais de secretários que sabem, ou desconfiam, que não permanecerão a partir de janeiro. Cá entre nós, tirando a alegoria da cafeína, nada mais normal, quando há o fim de um mandato.