Quatro encontros e a difícil arte de descontentar poucos

Na quarta-feira, antevéspera do início do feriadão, Jorge Pozzobom e Rodrigo Decimo reuniram o secretariado. Nas redes sociais, o prefeito deu um recado claro: “o Rodrigo não começa do zero”. É verdade.

 
Feito, de caso pensado, para “fazer um agradecimento especial à equipe de secretários que sempre entregaram o melhor de si”, o encontro também significou, com certeza, a última chance de todos estarem no mesmo recinto. Na verdade, parte significativa dos presentes, em número ainda indefinido, não estará no governo em 1º de janeiro.

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Aliás, outros três encontros, realizados antes deste, nos dias anteriores, também tiveram significado político relevante e podem, embora não tenha sido dito nada (obviamente) nos registros públicos, ter até encaminhado a discussão em torno do primeiro escalão do próximo governo.

 
O principal deles foi o encontro entre Rodrigo Decimo e sua vice, Lucia Madruga. Duvida dessa importância? Então confira o que escreveu a respeito o prefeito eleito:


– Hoje a Professora Lúcia veio até o gabinete para conversarmos sobre o que vem por aí! Está chegando a hora da nossa gestão, e, aos poucos, estamos organizando tudo com muito cuidado, alinhando os detalhes e planejando as primeiras ações... – Cá entre nós, não poderia ser mais sintomático.

 
Os outros dois encontros também contemplam um emblema.

 
Na segunda-feira, Decimo recebeu o futuro vereador, e que será o decano deles aliás, Sérgio Cechin, e o também pepista, e dirigente, Mauro Bakof. Que se diga, encontro de políticos nunca é apenas cortesia. Ela faz parte, mas sempre é mais. Assim, é bastante improvável que o futuro governo não tenha sido parte da conversa. Sem falar que PP e PSDB são os líderes do consórcio político vitorioso em outubro.

 
Na terça, a conversa foi com o público que fazia parte da sala de visita de Decimo antes de assumir a política. O prefeito eleito se entreteve em papo com líderes empresariais da cidade, justamente na sala de reuniões da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), da qual foi presidente. Ouviu, claro, dos empresários, além de palavras de incentivo, também alguns pleitos acerca do futuro de Santa Maria. O colunista não descarta, mesmo, a hipótese de alguns dos cerca de 20 presentes ao encontro, estejam cotados a assumir cargo no primeiro escalão.

 

De todo modo, e para resumir a ópera, o quarteto de papos, com o atual secretariado, a vice-prefeita, os líderes pepistas e os empresários, certamente compõe o cenário a partir do qual se formará o próximo governo. Ah, e se trata de tentativa clara, mesmo que talvez intuitiva, de preparar o terreno para a aceitação das mudanças e reduzir as inevitáveis (mesmo que silenciosas) contestações. Vai dar certo? Bem, é algo que se saberá nem demora tanto assim.

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Claudemir Pereira

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