Foto: UFSM (Divulgação)
Dois atos fundamentais para o momento do PDT em Santa Maria, depois do lento degringolamento de que foi tomado nos últimos meses.
Um deles foi a saída de Paulo Burmann (foto), o presidente local do partido fundado pelo falecido Doutor Leonel, da decorativa função de diretor da Secretaria Estadual de Educação. Polidamente, sim, mas o fato é que o ex-reitor da UFSM saiu atirando, e respaldado pela direção da sigla.
A linhas tantas de sua carta de 12 (não por coincidência, número do PDT) pontos, há 10 dias, escreveu Burmann:
“...Ressalto que continuarei à disposição e militando pelos ideais do Partido Democrático Trabalhista, na expectativa de muito melhores dias na educação pública do Rio Grande do Sul e do Brasil. Também, estarei dedicado ao fortalecimento e à retomada do protagonismo trabalhista em Santa Maria e na região central do RS, onde há um grande espaço para crescimento. Como trabalhista convicto e com o currículo que construí nestes anos, me julgo capaz de alavancar a retomada dos espaços perdidos pelo PDT...”
O segundo ato deu-se há uma semana, quando esteve em Santa Maria, por meia dúzia de horas, e como parte de um roteiro maior, que envolveu outras comunas da região, o presidente estadual Romildo Bolzan Júnior.
A par do esforço de reconstrução partidária, missão a que se propõe o dirigente eleito há pouco mais de um mês, inclusive tendo ao lado um líder que a ele se opôs, o sepeense João Luiz Vargas, o fato é que Bolzan deu um recado claro à militância mais graúda: o PDT deve lançar candidatura própria à prefeitura e Burmann é o nome a ser apresentado ao eleitorado. Pela importância de Santa Maria, pelo fato de haver aqui o segundo turno e pelo significado histórico que a cidade tem para o trabalhismo brizolista.
Enfim, a cama está feita e, aparentemente, por conta dessas duas circunstâncias – a saída do governo estadual e o respaldo de Bolzan Júnior e dos principais líderes regionais e da própria vereadora do partido, Luci Duartes – do ponto de vista interno, de dentro pra dentro, Burmann está se consolidando. Como líder do PDT e seu candidato.
Se pacificado, ainda que numericamente um pouco menor, o partido mantém sua relevância na cidade (é o quarto em número de filiados). Mas o fato é que há um indiscutível atraso na discussão com outras agremiações. Sim, já houve papos, mas sempre colocando o PDT como coadjuvante. Para virar protagonista no jogo eleitoral, se esse é o desejo, ainda há muito feijão a ser consumido. E talvez não dê caldo. Talvez.