
Foto: Beto Albert (Diário)
Muito se fala da importância do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem suas virtudes e vantagens em atender de graça à população, enquanto que em outros países, os atendimentos são basicamente privados.
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Porém, o sistema tem muitas deficiências também, com longas filas para atendimento em especialidades e para cirurgias – há casos de anos de espera. Como já é de conhecimento público, muitos pacientes acabam tendo de recorrer à Justiça para tentar conseguir procedimentos mais complexos na luta pela sobrevivência.
Na sexta-feira (28), vi a publicação do advogado Filipe Baggio D’Avila, que tratava justamente desse assunto, relatando três casos dramáticos. Para dois deles, ele obteve liminar determinando que o Estado banque o tratamento. Mesmo assim, não tem certeza se isso irá ocorrer. Confira o que escreveu o advogado, que retrata apenas três exemplos da dura realidade de quem luta por atendimento via SUS e pela sobrevivência:
“A situação da Saúde Pública é tão precária que na última semana três novos casos chegaram a esse advogado. Nos três serão movidas as ações judiciais visando realização de procedimento cirúrgico de forma urgente.
Situação 1: Senhor idoso foi diagnosticado com câncer na bexiga e necessita de cirurgia de urgência, sob pena de óbito. A resposta do Estado? Uma “consulta” médica para daqui a quarenta dias e, depois, agendar a cirurgia, que pode demorar até dois anos. Ele viveria até lá?
Situação 2: Jovem de vinte e três anos com grave cardiopatia necessita de correção cirúrgica no coração. Não há perspectiva de ser chamada logo. De forma particular, o procedimento custa mais de noventa mil reais. O que faria a jovem sem a intervenção do Poder Judiciário?
Situação 3: Mulher com 60 anos descobriu um raro câncer na apêndice e, por ser raro, necessita de um procedimento cirúrgico inovador, feito por poucos médicos no BR. O Estado - obviamente - não dispõe esse procedimento de forma gratuita. Particular custa mais de duzentos mil reais.
Me pergunto: Com tantos impostos que pagamos, porque a resposta é tão ineficaz?
Ao menos essas três pessoas terão o retorno e deverão realizar suas cirurgias! ????”
Vale lembrar que não é só no SUS que existem casos assim. Alguns planos de saúde também dificultam o acesso a tratamentos mais caros e complexos, o que obriga seus clientes a também acionar a Justiça para conseguir se tratar.
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