Com fim da estabilidade, Corsan demite 230 no Estado, mas alega que já contratou substitutos

Com fim da estabilidade, Corsan demite 230 no Estado, mas alega que já contratou substitutos

Beto Albert, 23/05/2024

A Corsan, administrada pela empresa Aegea, confirmou que fez a demissão de 230 funcionários nesta semana em todo o Rio Grande do Sul. O corte ocorreu depois que foi cumprido o prazo de 18 meses de estabilidade, que havia sido negociado com o governo do Estado e o sindicato da categoria, o Sindiágua-RS. As demissões foram alvo de críticas da entidade sindical (leia nota abaixo), enquanto a Corsan informou que, desde que a Aegea assumiu os serviços, já foram contratados mais de 2 mil novos profissionais para suprir os trabalhadores que haviam optado por sair da empresa por meio do programa de demissão voluntária (PDV), quando ganhavam até 18 salários adiantados como indenização.

 
"Não há queda no número de colaboradores. A Companhia já contratou o mesmo número de colaboradores que pediu para sair", informou por nota a Corsan Aegea nesta quarta (15).

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O que diz a Corsan
"A Corsan esclarece que a redefinição do quadro de colaboradores é uma medida estratégica e natural dentro do processo de adequação ao novo modelo de gestão privada e de melhoria contínua do serviço à população. Após 18 meses de estabilidade assegurada por acordo coletivo, período inédito em processos de privatização no país, iniciamos o movimento de ajustes necessários para garantir eficiência operacional e atender às metas de universalização do saneamento, previstas no Marco Legal do Setor, contribuindo de maneira decisiva para reduzir as desigualdades sociais, econômicas, educacionais e de saúde do povo gaúcho.


Nos últimos 18 meses, cumprimos rigorosamente todos os compromissos firmados e utilizamos o período para capacitar equipes, mapear talentos, reestruturar processos e implementar novos sistemas e tecnologias. Agora, em uma fase natural de ajustes, a adequação do quadro está sendo realizada de forma responsável, em conformidade com a legislação, e incluindo benefícios adicionais aos trabalhadores, como extensão do plano de saúde, antecipação de valores da participação nos lucros, apoio psicológico e consultoria de carreira.


É importante destacar que este processo não significa redução de time, mas uma renovação planejada, sempre pensando em ampliar a qualidade do atendimento ao consumidor. Já contratamos 2 mil novos profissionais para funções estratégicas, com foco em áreas técnicas e operacionais, e temos outras mil vagas em processo seletivo. Além disso, os colaboradores já integrados ao quadro da Corsan passaram por mais de 22 mil horas de treinamento, reforçando nosso compromisso com a qualificação na prestação de serviço à população.


A Corsan reafirma o compromisso em liderar o futuro do saneamento no Rio Grande do Sul. Seguiremos sempre alinhados aos princípios de transparência e respeito aos colaboradores em iniciativas que contribuam para o bem-estar e o desenvolvimento da comunidade gaúcha."

O que diz o Sindiágua-RS

"O dia 14 de janeiro será sempre lembrado por muitos como o dia do ponto final de uma história. Sabemos que cada pessoa que está sendo desligada da Corsan/Aegea está sofrendo, e muito, com a perda do emprego.

 
Nossa entidade sempre primou por preservar, acima de tudo, os empregos de todos e todas, foi assim durante um processo de privatização que durou por mais de 2 anos e 4 meses, desde o anúncio oficial do governador Eduardo Leite até a efetiva assinatura do contrato entre o Estado e a empresa vencedora do leilão. Foram várias e árduas batalhas judiciais e políticas até a assinatura de entrega da Companhia. A partir daí nossa entidade, numa negociação extremamente difícil, conseguiu uma estabilidade considerada inédita tratando-se de privatizações no Brasil, de 18 meses de estabilidade e com a possibilidade de conversão em indenização, caso assim o empregado optasse, e percebemos que muitos optaram por esse caminho.

 
Porém, chegou o dia em que a estabilidade se finda, e tal qual acontece em todos os processos de privatização, a empresa vencedora do certame inicia aquilo que poderia ter sido iniciado logo após a privatização: o processo de desligamento.

 
Neste momento cabe-nos lamentar profundamente o acontecido e tentar buscar forças para enfrentar o momento delicado que estamos passando, sempre com a certeza absoluta de que todos os esforços possíveis, necessários e cabidos foram enviados para resguardar ao máximo a dignidade e manutenção dos trabalhadores e trabalhadoras. Ainda, estamos analisando todas as possibilidades jurídicas mediante o número elevado de desligamentos ocorridos de uma única vez."

(Colaborou Gilberto Ferreira)

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