Foto: Beto Albert (Diário)
Escuridão e perigo à noite. De dia, muito movimento, congestionamentos e risco para os pedestres. É isso o que enfrentam os motoristas e moradores que passam diariamente pela BR-392, na saída para São Sepé. Porém, a promessa é que, até o ano que vem, essa realidade mude para melhor.
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O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prevê que a duplicação dos 2,6 km da rodovia, entre o Trevo da Uglione e o acesso ao condomínio Estância dos Montes, comece agora no segundo semestre e leve um ano para ficar pronta.
O Dnit não divulga, de forma oficial, em que mês devem iniciar os trabalhos. Porém, o Diário apurou extraoficialmente que, como o projeto de engenharia está na fase final de análise, se tudo correr bem, é possível que a obra inicie até o fim de agosto.
O valor total investido ainda depende da aprovação final do projeto, pois ainda não foi definido, por exemplo, se a iluminação será feita da Uglione até o trevo do mercado Feltrin (que é o trecho mais urbanizado) ou até o Estância dos Montes.
Além de duplicar as pistas dos 2,6 km da rodovia, o projeto do Dnit prevê iluminação, divisórias de concreto no meio da pista no sistema New Jersey (NJ), calçadas e ciclofaixa (que vai da Uglione ao trevo do Feltrin, que dá acesso também à sede campestre do Clube Dores). Também serão feitas obras de drenagem pluvial para evitar alagamentos.
Quem trabalha ou mora perto da BR-392 cobra a duplicação:
– É muito perigoso, principalmente no horário da noite, porque a iluminação é bem ruim quando a gente sai do trabalho. Tem de ter muito cuidado. Além da escuridão, tem a velocidade dos carros. É bem ruim não só para os pedestres, mas também para quem está dirigindo – afirma Juliana Turchiello, 31 anos, coordenadora de agricultura digital de uma concessionária de máquinas agrícolas, que atravessava a faixa ontem ao meio-dia para ir almoçar.
– É bem complicado quando a gente sai da empresa. Pouca iluminação, muito trânsito. Pessoal vem trabalhar de bicicleta e é bem perigoso atravessar. Às vezes, eles se atravessam. Se duplicar, vai fluir melhor o trânsito, acredito que vai melhor, mas precisa uma boa estratégia para duplicar e não ficar pior também, né? – diz Mônica Noal, 26 anos, consultora de agricultura digital e colega de Juliana.
O mecânico Fabiano Rossini, que trabalha há 10 anos na BR-392, pede com urgência por iluminação.
– A partir das 17h, isso é uma tranqueira e para tudo, por conta do trevo da Uglione. Duplicando isso aqui e terminando o trevo da Uglione, vai ficar uma mão na roda para todo mundo. E tem de iluminar. Agora, o problema maior para mim é a falta de iluminação, porque é muito perigosa essa parte da faixa – diz.
Não é a primeira tentativa de fazer essa obra. Licitada em março de 2015, a duplicação da BR-392, na saída para São Sepé, acabou não saindo do papel naquele ano porque construtoras vencedoras acabaram desistindo da obra. No ano passado, outra licitação foi feita e, agora, os projetos estão na fase final de aprovação.
Esse contrato que prevê a duplicação inclui a recuperação da pista da BR-290 e construção de terceiras faixas nessa rodovia e também na BR-392, de Santa Maria a Caçapava. Prevê também os trevos de Vila Nova do Sul e Santa Margarida do Sul. No segundo semestre, a BR-290 deve começar a ser recuperada e ganhar terceiras faixas, entre São Gabriel e Cachoeira do Sul.
Passarelas
Além da duplicação, o Dnit prevê também a construção de três passarelas nesse trecho da saída para São Sepé. Porém, essas travessias para pedestres serão feitas por meio de outra licitação, também prevista para sair do papel.
Travessia urbana
Outro gargalo da BR-392 é no trevo da Uglione. Com novo atraso nas obras de duplicação da Travessia Urbana, que eram para acabar agora em julho, segundo o prazo mais recente do Dnit, a tendência é que o segundo viaduto e a trincheira no trevo da Uglione fiquem prontos até o final do ano. Quando isso ocorrer, deve reduzir muito os congestionamentos na BR-392, para quem chega de São Sepé.