
Foto: Mateus Ferreira
Nove associados participaram da assembleia que elegeu Luiz Fernando Schittler (de camiseta preta) como presidente do conselho do Caixeiral.
Depois de quase três anos em que o Clube Caixeiral, de Santa Maria, ficou sob a gestão de um escritório de advocacia nomeado pela Justiça, foi eleita nesta terça (21) a nova diretoria da entidade. Ela já assumiu a gestão do clube imediatamente e, a partir de agora, terá de discutir e definir qual será o futuro da associação e, principalmente, do prédio que está interditado desde fevereiro de 2018, quando parte do telhado desabou.
Na assembleia, participaram somente nove dos 11 associados que restaram - apenas quem estava com as mensalidades em dia poderia votar. Foi apresentada uma chapa única, de consenso, com aprovação por unanimidade.
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O novo presidente do Conselho de Administração do Clube Caixeiral é Luiz Fernando Schittler, associado há mais de 10 anos e que frequentava a cancha de bolão. O vice-presidente é Milton Leal, enquanto Eleni Martins foi eleita tesoureira, e Marta Prado, secretária.
- O sonho é que o Caixeiral siga vivo. No máximo, o que vai acontecer é que o Caixeiral troque de endereço. Mas ele não vai fechar. Vai mudar de formato, o que ainda vamos definir. Vamos fazer uma avaliação do valor do prédio e estudar as propostas que aparecerem. A principal intenção é a venda do prédio porque o clube não tem como reestruturar e reformar. Vamos chamar todo mundo, definir, olhar, receber as propostas. Em caso de venda, comprar outro lugar para fazer uma sede nova, não com essa estrutura toda. Está ultrapassado esse tipo de clube, nessa modalidade, tão grande - afirmou Schittler, ao Diário.
Ele garante que será priorizada a vontade dos associados.
- Antes, tinha bolão. Se o pessoal quiser manter um salão para fazer bolão e canchas, vamos estudar. Ou vamos fazer coisa mais moderna, como boliche, até para ter alguma receita. Não adianta fazer algo grande e um elefante branco, mas algo que a gente possa manter. Quem sabe, um salão de festas pequeno, que gere receita também. Talvez agora apareça mais gente, vão ter de pagar as mensalidades e anuidades atrasadas. Ainda não sabemos se vamos abrir a venda de novos títulos, até porque estamos começando tudo do zero. O escritório de administração judicial conseguiu fazer um trabalho que nós teríamos enorme dificuldade de fazer - afirmou Schittler.
Segundo ele, cada associado paga hoje R$ 45 de mensalidade. O clube tem também uma receita do aluguel do estacionamento, nos fundos do prédio. Porém, esses valores seriam insuficientes para bancar uma reforma do edifício.
Segundo a advogada Francini Feversani, do escritório Feversani, Pauli e Santos Administração Judicial, a eleição da nova diretoria foi um passo importante para manter vivo um clube que tem uma grande história ligada a Santa Maria e também para definir o futuro do prédio, de quase 100 anos, que é tombado pelo patrimônio histórico. Ela ressalta que um eventual comprador precisará manter a fachada e itens tombados. Francini lembra ainda que o Caixeiral terá de ressarcir o município de Santa Maria em mais de R$ 700 mil por conta das obras emergenciais realizadas em 2022 pela prefeitura, como retirada do restante do telhado, reforço das paredes e instalação de tapumes, por questões de segurança.
Em 2022, a antiga diretoria, que foi afastada pela Justiça em abril daquele ano, negociava a venda do prédio para um grupo de Porto Alegre, que possivelmente instalaria um shopping ou alugaria para uma loja de departamentos no local. Na época, havia informações de que o prédio valeria ao menos R$ 8 milhões, até porque fica na mesma quadra do Calçadão, num ponto muito movimentado. Com o valor da venda, a ideia era comprar um terreno na Avenida Borges de Medeiros, perto da Silva Jardim, para construir uma nova sede, menor que a atual.
Porém, Schittler reforça que tudo voltou à estaca zero, e o clube terá de retomar negociações com possíveis interessados. (Colaborou Mateus Ferreira)