Foto: Renan Mattos (Arquivo/Diário)
Com prejuízo estimado em quase R$ 4 bilhões, que seriam necessários para recuperar as ferrovias destruídas pela enchente de maio no Estado, o governo federal deve criar um grupo de trabalho para estudar se vai renovar o contrato com a Rumo Logística, que vence em 2026, ou fazer nova licitação. Além disso, o Ministério dos Transportes avalia que talvez seja mais vantajoso abandonar alguns trechos destruídos e fazer novos traçados para tornar a ferrovia mais eficiente.
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As informações são do site Poder360, que conversou com o diretor-executivo do ministério, George Palermo Santoro. Ele explicou os motivos de refazer trechos das ferrovias no Estado, que estão bloqueadas em três principais pontos: de Santa Maria e do Polo Petroquimico até Canoas, de Roca Sales a Passo Fundo (ferrovia do trigo) e de Canoas a Lages (SC).
São bloqueios provocados por pelo menos cinco pontes e viadutos, que teriam de ser reconstruídos, além de trechos totalmente danificados. Atualmente, em todo o Rio Grande do Sul, a única linha em operação fica no trajeto Cruz Alta-Santa Maria-Cacequi-Rio Grande.
— Ela foi concebida lá atrás como uma defesa do Brasil em relação a uma possível invasão da Argentina. Ela não é uma linha reta da área produtiva para o Porto do Rio Grande, ela tem vários caminhos não normais. Ela está com muitos riscos de interferências climáticas como o que aconteceu. O que a gente acredita é que deveríamos fazer um novo desenho, não só recuperar a ferrovia, mas fazer um novo traçado para entender a economia e as cargas — disse Santoro ao site Poder360, confirmando a complexidade da situação.
Longa demora
Remodelar e modernizar as ferrovias seria uma vantagem, mas o grande problema é a demora para tudo isso sair do papel. O governo federal afirmou que, até o final do ano, pretende criar um grupo de trabalho para estudar a situação e não dá prazo algum para uma definição. Só que, enquanto isso, o tempo corre.
Quantos anos vai levar para definir por nova licitação ou renovar contrato com a Rumo e, depois, para fazer as obras dos novos trechos de ferrovias? Enquanto isso, o Rio Grande do Sul vai ficando para trás, com só um trecho de ferrovia sendo usado. É algo absurdo. Dos 200 trabalhadores da Rumo em Canoas, metade foi demitida e metade transferida para o Paraná. Em Santa Maria, continuam cerca de 200 trabalhadores.
A Rumo quer negociar a renovação de contrato.
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