
Foto Arquivo pessoal
Tiago Ricardo Felber levou o filho Théo, 5 anos, de bicicleta até a ponte do Rio Vacacaí, onde jogou a criança.
É muito duro e triste saber que o pequeno Théo, na sua inocência de apenas 5 anos, não vai ter a chance de viver as coisas maravilhosas desta vida. Não poderá mais brincar, estudar, fazer planos de uma profissão ou de ter um amor e, quem sabe, filhos. Nem mesmo poderá abraçar a mãe amada. Muito menos terá a oportunidade de tentar viver em um mundo em que os homens respeitem de verdade as mulheres. Quem sabe um dia, a realidade irá mudar. Precisamos, homens e mulheres, lutarmos para que esse dia chegue: o dia em que nenhum homem tenha sentimento de posse ou superioridade sobre uma mulher.
Brasil registra 1.450 feminicídios em 2024, 12 a mais que ano anterior
Os adultos de hoje, em sua maioria, foram criados em uma época de muito preconceito. Alivia saber que, com as mudanças culturais e avanços das últimas décadas, uma parcela significativa da sociedade evoluiu e mudou, mesmo alguns mantendo resquícios desse passado. Porém, ainda é muito comum haver as agressões verbais, psicológicas e físicas contra mulheres e filhos – e o pior, muitas mortes. Ainda estamos longe demais do mundo ideal e justo, principalmente com mulheres, crianças e minorias.
Lamentavelmente, é preciso também reconhecer que hoje, em pleno 2025, ainda vivemos em guerras pelo mundo e num cenário de muita violência doméstica. Só no Brasil, foram registrados 1.450 feminicídios em 2024, 12 a mais que ano anterior, além de 2.485 homicídios dolosos (com a intenção de matar) de mulheres e lesões corporais seguidas de morte.
Psicólogos, especialistas nessa área, alertam que é preciso mudar a forma como criamos os filhos e como agimos na sociedade.
Piadas machistas, insistir em querer dizer que determinada atividade é de menino ou menina, criar meninos sem responsabilidade sobre tarefas domésticas são alguns dos comportamentos reprováveis e que vão perpetuando no subconsciente da sociedade o chamado machismo estrutural, que passa a imagem errada de que homem pode mandar na mulher. Cabe aos pais e também às mães não aceitarem que esses erros do passado continuem se repetindo. Isso levará anos para mudar, mas não podemos desistir.
Ciúme doentio
O caso do menino Théo reforça outro alerta, de que em uma relação não pode ser naturalizado o ciúme constante e doentio, como tudo indica que o pai do garoto tinha em relação à mãe. Em qualquer namoro ou casamento, se um parceiro demonstra ciúme exagerado, é preciso acender o alerta. Pois é grande o risco de que, num futuro, o homem não “aceite” o término e acabe partindo para ameaças, agressões e até assassinato.
Portanto, se você tem ciúme, procure se tratar com um psicólogo. Nesse caso de Tiago Felber, ele admitiu ao delegado que queria se vingar da mulher e cogitava matar a ex-mulher e o atual namorado dela. Ao pegar o menino para passar alguns dias com ele, Tiago teve o requinte de crueldade de matar o próprio filho para “destruir” a vida da ex-mulher. Logo depois, almoçou tranquilamente e mandou um áudio para uma prima da ex-mulher.
– Viu, guria, seja forte, fiz uma loucurinha, agora, tá? Guenta o coração para o resto da vida: atirei o Théo lá embaixo ponte agora – disse Tiago à prima.
Diante disso, sempre vale lembrar o alerta: homem algum pode querer controlar a roupa que a companheira usa, tentar afastá-la da família ou dos amigos, impedi-la que saia para festa ou controlar seu dinheiro. Discussões constantes, ameaças físicas ou por palavras não são normais. Procure se tratar antes que tudo piore.