Foto Nathália Schneider, 6/12/2023
Projeções divulgadas nesta quinta (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam dados preocupantes sobre o crescimento populacional do Rio Grande do Sul. Nosso Estado e Alagoas devem ser os primeiros a pararem de crescer demograficamente, já a partir de 2026.
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A estimativa é que o Rio Grande do Sul atinja 11.233.317 habitantes em 2026, começando a ter queda em 2027. O IBGE projeta que, em 2070, nosso Estado atinja 9,1 milhão de habitantes. No Brasil, esse pico da população deve chegar em 2041, atingindo 220,4 milhões de pessoas, com começo da redução em 2042 (veja quadro). Essas primeiras projeções são feitas com base nos dados do Censo Demográfico 2022.
Esse estudo mostra que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. As regiões com as taxas de fecundidade mais altas em 2023 foram Norte (1,83) e Centro-Oeste (1,71), enquanto o Nordeste (1,56), o Sul (1,56) e o Sudeste (1,48) tinham as taxas mais baixas.
A taxa de fecundidade no Rio Grande do Sul reduziu de 2,32 para 1,51 filho por mulher entre 2000 e 2023 – foi a 7ª menor do país. A projeção é de que o índice chegue a 1,49 em 2070.
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Outra informação das Projeções de População é a idade média da fecundidade, ou seja, a idade média em que as mulheres tinham seus filhos, que era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.
– Temos observado, no Brasil e em vários países, adiamento da maternidade. As mulheres decidindo-se a terem seus filhos mais tarde. Indiretamente, isso contribui para a redução do total de nascimentos – diz Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.
Além da natalidade, outros fatores influenciam nas projeções.
– A migração entre Estados é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns Estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada Estado passe a ter queda da população em um momento diferente.
Mato Grosso deve ser o último Estado a fazer essa inflexão, passando a reduzir o total de habitantes, em algum momento após 2070 (ano limite das atuais projeções). Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064.
Essa projeção é importante para definir repasses de verbas e políticas públicas, como educação, saúde e apoio aos idosos. Influencia no PIB dos Estados, pois quanto menor a população, menos consumidores e mão de obra. Impacta nos gastos de Previdência, entre outros.