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Empresas farão proposta por reabertura, e prefeitura debaterá isso na segunda

No momento em que Santa Maria se aproxima do fim da primeira sem na de isolamento quase total, cresce a pressão de empresários e profissionais autônomos para que seja liberada a abertura de empresas, nem que de forma gradual ou parcial. Temendo quebradeira geral de empresas e desemprego em massa se o "toque de recolher" durar por muito mais tempo, eles pedem a compreensão da prefeitura e dos especialistas em infectologia para que as regras possam ser abrandadas. O prefeito Jorge Pozzobom e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk, convocaram as lideranças empresariais para uma reunião na prefeitura, às 10h de segunda, junto com dois infectologistas. Segundo uma fonte, haveria alguns lojistas pensando até em reabrir as empresas na marra, contrariando a ordem da prefeitura.


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A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism) divulgou nota em que diz estar apoiando as medidas para manter a segurança e a saúde da população, mas também que a questão econômica é muito preocupante. Por isso, vai montar uma pauta de reivindicações ao município e ao Estado. O presidente do Sindicato dos Lojistas de Santa Maria (Sindilojas), Ademir José da Costa, está discutindo com outras entidades uma proposta de reabertura das empresas de todos os setores. Nesta sexta-feira, deve bater o martelo sobre o que será pedido para a prefeitura, na segunda-feira. Costa não quis adiantar todos os detalhes, mas afirmou que a intenção seria que as empresas pudessem abrir de forma controlada, com medidas de higiene e sem aglomerações - a exemplo do que está sendo feito em farmácias e supermercados, em que entram poucas pessoas por vez e com higienização de mãos com álcool gel.

- O pessoal está apavorado. Se pegar uma cidade em que 80% da economia é de comércio e serviços, e são todos pequenos e microempresários, só 20% conseguirá fazer esse tipo de acordo de férias coletivas. E depois, como vão pagar os salários? No primeiro momento, todo mundo compreendeu a necessidade e gravidade da situação, está todo mundo respeitando e fechando as lojas, mas passa uma semana e pessoal começa a ver que não entra mais um centavo. Como vai pagar a folha? Há preocupação de que as medidas são rigorosas demais e é preciso começar a reabrir o comércio. Não pode parar tanto. Não pode, depois, matar as pessoas por falta de emprego. Se a economia afundar, quem vai gerar impostos para manter a saúde no futuro, e emprego e renda para as pessoas? - diz Costa.

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Secretário diz que pedidos serão analisados

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk, que também tem lojas na cidade, afirma que a reunião da próxima segunda será com entidades empresariais, mas depois serão ouvidos outros setores.

- Eu estou extremamente respeitoso com as reivindicações, mas eu me sinto à vontade para falar porque eu estou dos dois lados. Estou do lado de quem está tomando as decisões (pela prefeitura) e também estou sofrendo na carne o resultado dessas decisões. Inclusive, na quinta, eu fechei minha empresa, antes mesmo do decreto, porque entendo que temos esses dias que são determinantes para o sucesso do enfrentamento. Como teremos um longo período de enfrentamento, é preciso dar uma arrancada forte para poder suportar o que vem pela frente. Talvez nem venha tanto se tivermos sucesso nas ações que estamos fazendo agora. Se não fizermos isso, sistema vai entrar em colapso - diz.

Falk acredita que, só após duas semanas de fechamento total, haveria condições de iniciar a reabertura gradual, mas que dependerá dos técnicos. Se isso se confirmar, as empresas só poderiam reabrir a partir de 6 de abril.

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- Tivemos a primeira etapa, que é retirar ao máximo de pessoas da cidade e de forma gradual, para conter a curva da doença e ter serenidade no processo decisório. Cremos que tivemos êxito. Estamos no meio da segunda etapa que é como enfrentar a patologia, como serão distribuídos leitos. Com o controle da curva, com as pessoas acometidas pela doença sabendo que vão ser tratadas, nós temos um ambiente emocional e prático que permite a retomada gradual. Segunda-feira a gente fala isso para o pessoal entender que foi tudo feito com muita orientação de especialistas de Medicina, de comportamento das pessoas. Daí, vamos construir soluções juntos para essa retomada gradual e também não menos restritiva. Mesmo que retome o mais rápido as atividades produtivas, vamos ter de restringir número de pessoas dentro do estabelecimento, material (de higiene) para atender as pessoas, fazer regras minimamente praticáveis. No primeiro momento, não dava para colocar na regulamentação que podiam abrir se usassem máscara, porque faltaram máscaras - afirma.

O secretário diz que é preciso construir um ambiente de segurança.

- Não adiante abrir loja se não tiver sentimento de segurança, pois o cliente não vai ir comprar. Sem sensação de segurança, o funcionário vai pirar dentro da empresa. Não é simplesmente abre as lojas.

O QUE DIZ ADMINISTRADOR DE SHOPPING

"Não estou dizendo que não tem de ter quarentena. Enfoque tem de ser primeiro salvar vidas, mas o segundo deve ser salvar as empresas, senão vamos matar todas. Bolsonaro foi muito infeliz na maneira como ele falou, mas não podemos também deixar quebrar as empresas. A situação financeira é muito grave. As empresas já estavam vendendo hoje para pagar amanhã. Se continuar tudo fechado, vai ser uma quebradeira geral e desemprego em massa. Daí, vai ter danos muito mais sérios na saúde, vai ter mortes, suicídios. O ser humano aguenta isolamento por um tempo, mas não tanto. O prefeito exagerou nas medidas. Tem de ter quarentena, mas precisa mostrar caminhos. Ir reabrindo aos poucos. Restringiu tanto os ônibus que a doméstica, a diarista não consegue ir trabalhar e está ficando sem ter dinheiro para comer, pessoal de limpeza não conseguir ir limpar os hospitais. Vai gerar uma catástrofe."
Ruy Giffoni, administrador do Royal Plaza Shopping, que completou 11 anos nesta quinta-feira

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