Leandro Boldrini é desligado do Husm, que já tomou medidas para evitar o ingresso dele no hospital

Leandro Boldrini é desligado do Husm, que já tomou medidas para evitar o ingresso dele no hospital

Foto Rafael Menezes

Em março de 2024, Boldrini chegava no Husm para iniciar a residência médica e falou ao portal Bei.

Depois de ter o registro médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina nesta semana, o médico Leandro Boldrini, condenado a 31 anos pela morte do filho Bernardo, não pode mais trabalhar no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A direção do hospital confirmou que, no início da noite desta sexta (14), recebeu a notificação do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) de que o registro de Boldrini está oficialmente cassado. 

Diante disso, a direção do Husm providenciou o desligamento de Boldrini da residência médica em cirurgia do trauma. O sistema informatizado já foi atualizado para evitar que o médico tenha acesso ao hospital por meio de sistemas de acesso com dados biométricos.

Boldrini trabalhava no Husm desde março de 2024, quando assumiu o cargo na residência médica. À época, falou com exclusividade ao repórter Rafael Menezes, do Bei, que era um novo ciclo que se iniciava e que queria retomar a vida depois de ficar 10 anos preso e conseguir progressão para o semiaberto, em que poderia trabalhar de dia e dormir na cadeia à noite. No Husm, ele ganhava bolsa de R$ 4,1 mil por mês.


Na época, a aprovação de Leandro Boldrini ao programa de Residência Médica em Cirurgia do Trauma no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) gerou revolta em boa parte da comunidade do Rio Grande do Sul e até uma nota de repúdio de um grupo de pessoas que, como forma de homenagem ao menino, intitula-se “Flores para Bernardo”. O coletivo, formado na maioria por mulheres, participa de uma série de ações desde 2014, ano da morte de Bernardo.  

Condenado por 31 anos pela morte do filho Bernardo, 11 anos, em 2014, ao lado da companheira, Graciele Ugulini e dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, Boldrini passou a cumprir pena no semiaberto em Porto Alegre e, em agosto de 2023, mudou-se para Santa Maria, cidade de origem da família materna do menino Bernardo, morto em Três Passos. Nos primeiros meses, ficava 24 horas por dia na prisão, tendo liberações para ir no médico e até em um CFC para renovar a CNH, quando foi flagrado pelo repórter Rafael Menezes, do Bei.

Depois, desde março, quando virou médico residente do Husm, passou a trabalhar de dia, dormindo no Presídio Regional de Santa Maria à noite. Agora, não se sabe se ele terá de voltar a cumprir a pena 24 horas por dia no presídio ou não.


Relembre o caso Bernardo

Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, no dia 4 de abril de 2014. Ele morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano. O corpo do menino foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova  em uma propriedade às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen. A criança teria sido dopada e morta, sendo enrolada em um saco plástico antes de ser enterrada.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime. Graciele também teria contado com a ajuda da amiga, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado. Evandro já cumpriu pena, que foi extinta em janeiro de 2024. Graciele segue presa, e Edelvânia tinha progredido para o semiaberto.


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Deni Zolin

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