
Foto: Beto Albert (Diário)
Um levantamento mensal divulgado no site da agência de fiscalização Agergs sobre os pedágios na RSC-287, a que o Diário teve acesso, revela que o movimento de veículos cresceu 4,3% após as enchentes de maio, na comparação com o mesmo período de 2023.
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De agosto a dezembro de 2023, a média ficou em 1,229 milhão de veículos por mês, na soma dos cinco pedágios, enquanto no mesmo período de 2024, o total subiu para 1,282 milhão mensais. Porém, o crescimento maior no volume de tráfego foi nos pedágios de Taquari (9,7%), Venâncio Aires (7,1%) e Candelária (4,4%), possivelmente porque outras rodovias daquelas regiões estavam interditadas e com problemas, obrigando mais motoristas a passarem pela RSC-287.
Parte desse crescimento pode ter a ver com o desenvolvimento econômico e a retomada da economia, pois os estudos de concessão já projetavam um aumento anual do tráfego. Ou seja, mesmo com bloqueios e desvios na RSC-287, ela teve alta no movimento após as enchentes na média geral.
Já aqui na região, houve o efeito contrário, com queda de 0,8% na média mensal de veículos no pedágio de Palma, em Santa Maria, e de -0,01% na praça de Paraíso do Sul. O desabamento da ponte sobre o Arroio Grande, na saída de Santa Maria, em 30 de abril de 2024, que obrigou os motoristas a enfrentarem longas filas na única ponte móvel do Exército entre junho e outubro, pode ser um dos motivos, já que parte dos condutores teve de optar por viajar pela BR-290 para reduzir o tempo de viagem.
Devido às enchentes de abril e maio do ano passado, a cobrança de pedágio foi suspensa temporariamente até a reconstrução de trechos da RSC-287. Diante disso, a Agergs não tem relatórios de tráfego dos meses de maio, junho e julho de 2024.
Alta em Santa Maria
Os estudos anteriores à concessão, realizados em 2017 e 2018, já apontavam os pontos da rodovia com maior e menor tráfego. Foi a partir deles que o governo do Estado decidiu os prazos para a vencedora do leilão duplicar a rodovia.
Em função do maior movimento ser na praça de pedágio de Venâncio Aires, o governo determinou no edital que seria duplicado primeiro, até o ano de 2030, o trecho de 130 km, entre Tabaí e Novo Cabrais, que abrange todo o trajeto que passa também por Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Candelária.
De lá para cá, já era projetado um aumento do tráfego. No caso de Santa Maria, o estudo havia medido que, em 2018, passavam por dia 6.409 veículos. Atualmente, com base nos dados de agosto a dezembro de 2024, ficou em média em 8,3 mil veículos ao dia – alta de 29%. Mesmo assim, o tráfego na praça de Palma, em Santa Maria, ainda equivale a somente 64% do total de veículos que passam pelo pedágio de Venâncio Aires. Enquanto em Venâncio, a média está em 398 mil veículos por mês (13,2 mil por dia), em Santa Maria está em 257 mil por mês (8,3 mil diários).
Esses números podem ter pequenas variações, porque se for levada em conta a média de todo o ano, pode ocorrer alguma alteração. Como não foram contabilizados os dados de maio a julho de 2024, por conta da suspensão da cobrança da tarifa em decorrência das enchentes, não foi possível fazer uma média exata mensal de 2024.
As praças de pedágio com menor movimento ainda são as de Paraíso do Sul, com 165 mil veículos por mês de média (5,3 mil por dia) e de Taquari, com 200 mil veículos mensais (6,4 mil diários).
Duplicação antecipada
Esses dados podem ser levados em conta pelas autoridades políticas e empresariais de Santa Maria e região para tentar pressionar o Estado a mudar o contrato e antecipar a duplicação ao menos do trecho entre Santa Maria e a Quarta Colônia, onde fica o 3º pedágio mais movimentado da RSC-287.
Pelo contrato, esse trecho só deve ser duplicado em 2040 a 2042 – ou até pode ser antes, se for atingido o número de 18 mil eixos equivalentes. Agora em janeiro, que foi um mês de alta de movimento em Palma, o pedágio registrou 12.159 eixos ao dia.
Ou seja, ainda estamos longe da meta de 18 mil para que a Rota seja obrigada a iniciar a duplicação. A antecipação poderia ser feita se o Estado bancar o custo ou que a tarifa tivesse um pequeno aumento para compensar a Rota. O mais justo seria o governo gaúcho tirar dinheiro do caixa para bancar essa antecipação. Mas dificilmente fará isso.
O total de veículos pagantes em cada praça
Praça 1 (Taquari)
Ano | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | Média Mensal | |
2023 | 173.115 | 165.312 | 181.657 | 181.187 | 210.847 | 182.423 | |
2024 | 186.942 | 187.703 | 198.175 | 207.007 | 220.776 | 200.120 | 9,7% |
Praça 2 (Venâncio Aires)
Ano | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | Média Mensal | |
2023 | 369.127 | 338.548 | 383.259 | 364.949 | 400.785 | 371.333 | |
2024 | 385.227 | 379.875 | 409.091 | 402.066 | 413.846 | 398.021 | 7,1% |
Praça 3 (Candelária)
Ano | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | Média Mensal | |
2.023 | 247.948 | 230.145 | 259.381 | 243.770 | 274.023 | 251.051 | |
2.024 | 252.361 | 249.196 | 264.549 | 263.187 | 281.793 | 262.218 | 4,40% |
Praça 4 (Paraíso)
Ano | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | Média Mensal | |
2.023 | 161.637 | 150.950 | 170.081 | 160.473 | 182.785 | 165.185 | |
2.024 | 157.044 | 157.820 | 162.386 | 168.125 | 180.429 | 165.160 | -0,01% |
Praça 5 (Santa Maria)
Ano | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | Média Mensal | |
2.023 | 257.298 | 235.207 | 266.941 | 253.927 | 284.413 | 259.557 | |
2.024 | 249.042 | 246.326 | 254.446 | 262.449 | 275.111 | 257.474 | -0,80% |
Janeiro de 2025
Praça | Tráfego | Receita |
P1 (Taquari) | 243.352 | R$ 1,786 milhão |
P2 (Venâncio) | 425.167 | R$ 3,137 milhões |
P3 (Candelária) | 289.610 | R$ 2,140 milhões |
P4 (Paraíso) | 193.247 | R$ 1,448 milhão |
P5 (Santa Maria) | 280.247 | R$ 1,884 milhão |
Total | 1.431.623 | R$ 10,4 milhões |
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