
Foto: Tales Trindade (Diário)
Um ano após à maior enchente que assolou a região e o Rio Grande do Sul, o governo do Estado, prefeituras, muitas empresas e famílias ainda tentam se recuperar dos graves estragos. As 184 vidas não voltam mais (sendo 5 em Santa Maria e outras 5 na região).
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Porém, ainda há muitas pontes e estradas para serem refeitas ou recuperadas. Milhares de famílias no Estado aguardam por uma nova moradia. Só em Santa Maria, 307 famílias seguem morando em casas alugadas, com aluguel bancado pelo município. A promessa do prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) é seguir pagando o Aluguel Social até que todas recebam uma casa. Das 21 pontes que terão de ser feitas novas, de concreto, só dois projetos estão aprovados em Brasília e com licitação prevista.

A ponte da RSC-287, sobre Arroio Grande, que desabou em 30 de abril, segue sem previsão de início de obra, assim como não há sinal de reconstrução dos trechos destruídos ou danificados na RSC-287. Na região, a recuperação das ERS-348, 149 e 640, por R$ 395 milhões, deve iniciar no 2º semestre. Ao menos, o Dnit está investindo R$ 226 milhões em obras de contenção de 25 pontos de encostas na BR-158, em Santa Maria e Itaara, além da BR-287, em São Pedro do Sul, Jaguari e Santiago.
Quando o presidente Lula e o governador Eduardo Leite vieram para uma reunião emergencial na Base Aérea de Santa Maria no dia 2 de maio de 2024, reunindo vários ministros e secretários estaduais com prefeitos da região, a promessa de Lula era clara: “Não faltarão recursos” para reconstruir o Estado. A mensagem política e de apoio foi importante, mas já era previsível, na época, que seria difícil garantir verbas suficientes diante de um gigantesco estrago ocorrido em boa parte do Estado.
Foi prometido auxílio reconstrução para todos os atingidos, mas na prática, nem todo mundo recebeu. Agora, surgem brigas políticas e disputas de quem fez mais ou deixou de fazer. Cada lado puxa para seu assado. Mas o certo é que segue havendo burocracia e dificuldade de fazer com que os projetos deslanchem. Se a culpa é de A ou B, não é o mais relevante. Até é preciso ir atrás do que está emperrando para tentar resolver. Mas para o cidadão, o que importa é se as obras vão sair do papel.

Já programas de proteção ao meio ambiente, para evitar riscos de futuras tragédias, também engatinham. Até haverá dragagens de rios e contenção de parte das encostas, mas nenhum projeto grande de proteção das matas ciliares dos rios, por exemplo.
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