Foto colorizada a partir de imagem de arquivo da UFSM
Uma foto de 1963, publicada nas redes sociais pelo ex-prefeito da Cidade Universitária José Feliciano Albuquerque, 82 anos, é emblemática por mostrar como a região de Camobi mudou por conta da criação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que completa nesta quinta (14) 63 anos. A imagem, feita originalmente em preto-e-branco, mas colorizada agora em computador por Albuquerque, mostra três prédios da entrada do campus e, ao fundo, lavouras e pouquíssimas casas. Um dos prédio da entrada era o posto para abastecer os veículos, enquanto os demais foram usados para mais de uma finalidade, como as aulas de anatomia do curso de Veterinária.
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– Essa foto de 1963 me traz muitas memórias. Foi o ano em que comecei a estudar na segunda turma de Engenharia na UFSM. A gente pegava o ônibus da universidade no Garajão, no Centro, e chegava ali no campus numa época em que era tudo de chão. Quando chovia, era um barral, e ônibus nem conseguia subir para chegar no Politécnico (atual Centro de Tecnologia) – contou Albuquerque à coluna, lembrando que o Arco da UFSM só foi construído em 1970.
Formado em 1968, ele entrou, um ano depois, para o Departamento de Obras da UFSM, encarregado das construções no campus. Ao lado de outros seis engenheiros, foi responsável por construir o primeiro bloco da Casa de Estudante, a União Universitária, o Restaurante Universitário, o Hospital Veterinário, o prédio da Agronomia e o da Educação Física. Na época, chegou a haver mais de 1 mil operários contratados diretamente pela UFSM para as obras.
– É uma gratidão muito grande ter ajudado a construir o campus. Sempre tive grande carinho por esse trabalho – conta ele, lembrando que um de seus filhos se formou na UFSM e hoje é funcionário do Centro de Processamento de Dados da universidade.
Albuquerque foi prefeito da Cidade Universitária em 1985, na gestão de Gilberto Benetti, e de Odilon do Canto, em 1994. Aposentou-se como engenheiro em 1995, e como professor, em 1998. Questionado se o fundador da UFSM, José Mariano da Rocha Filho, tem o reconhecimento devido da cidade, Albuquerque comenta:
– Em 1974, Dr. Mariano ia da Reitoria, no Centro, até o campus para acompanhar as obras dos prédios. Um dia, ele me disse uma coisa que nunca esqueci: “A indústria de Santa Maria é o ensino”. E não deu outra. Ele era um visionário, que deveria ser melhor reconhecido pela cidade. O que seria de Santa Maria sem a universidade? O Doutor Mariano tinha suas falhas também, mas ele dedicou a vida dele para construir a Cidade Universitária.
Nesse aniversário da Federal, a coluna trouxe essa foto e essa história como uma simples homenagem à universidade e todos que fazem ou fizeram parte dela. As fotos mostram uma revolução na paisagem da cidade, mas a maior revolução foi provocada na vida de milhares de pessoas que, graças ao ensino, pesquisa e extensão, evoluíram muito.
Vida longa à UFSM!