Eleições 2024: estudo aponta descumprimento da cota de mulheres em mais de 700 cidades



Levantamento realizado pelo Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados apontou que, nas eleições municipais de outubro, mais de 700 cidades não cumpriram a cota mínima de candidaturas femininas. Pela legislação eleitoral, os partidos são obrigados a ter pelo menos 30% de mulheres concorrendo nas eleições para Câmaras de Vereadores, além de Assembleias Legislativas e Câmara Federal.


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O resultado, contudo, é melhor se comparado às eleições municipais de 2020, quando a reserva de candidaturas para mulheres foi desrespeitada em 1.304 municípios. No pleito deste ano, conforme o levantamento do Observatório da Mulher na Política, as mulheres responderam por mais de 30% das candidaturas. O estudo identificou que o Estado com menor participação de representantes femininas foi o Rio de Janeiro, com 34,3%. Já o Mato Grosso do Sul teve a maior proporção, com 36,5%, segundo a Agência Câmara.


Foto: Reprodução


Criadas em 2009, as cotas nunca foram efetivamente cumpridas pelos partidos. O Brasil permanece como um dos países do mundo com menor representação feminina na política. Na Câmara, apenas 18% das cadeiras são ocupadas por deputadas. No Senado, a presença feminina é ainda menor – elas ocupam 12% das vagas.

 
Em 2018, o Supremo Tribunal Federal decidiu que, além de destinar 30% das vagas nas eleições proporcionais para mulheres, os partidos também devem aplicar esse mesmo porcentual do Fundo Eleitoral no financiamento de candidaturas femininas. No mesmo ano, o Tribunal Superior Eleitoral ainda passou a obrigar as legendas a reservar 30% do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para as candidatas.

 

Foto: Vinicius Loures (Câmara dos Deputados)


Para a deputada Flávia Morais (PDT-GO), essa sub-representação traz prejuízos para as políticas públicas do país. 


- Principalmente nos parlamentos, a presença da mulher é muito importante, porque são colegiados em que a maioria decide, e quando nós não temos a representação da maioria da população, que são as mulheres, com certeza isso se reflete na falta de políticas públicas, na falta de força política para aprovar projetos de grande relevância - afirmou.

 
Compartilho da mesma opinião da deputada. E, apesar das cotas e dos mecanismos de incentivo por parte do TSE e STF, o resultado mostra que há um longo caminho a ser trilhado para garantir mais representatividade nos espaços nos parlamentos.


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