
Foto: Ascom (Divulgação)
O santa-mariense Reginaldo Parnow Ennes, 46 anos, assumirá, nesta quarta-feira (22) a presidência do Tribunal de Contas do Estado do Amapá, região norte do país. Pela primeira vez, “um cidadão fora do Estado” comandará o TCE.
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Ex-estagiário do Legislativo, em 1998, e servidor da prefeitura de Santa Maria nos anos 2000, ele falou, na segunda-feira (20), ao programa Bom dia, Cidade!, da CDN (93,5 FM), sobre sua trajetória na terra natal até a chegada ao Norte do Brasil.
– Depois, eu fui cargo em comissão da Câmara de Vereadores, passei para servidor efetivo no município de Santa Maria, fui diretor de Compras, Licitações e Contratos por alguns anos – contou Ennes, sobre o trabalho no Coração do Rio Grande, onde também deu aulas em curso preparatório e foi empresário.
Formado em Direito pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz), o conselheiro foi também procurador-geral do município de Novo Hamburgo, Região Metropolitana, antes de se transferir para o Amapá para assumir vaga no Ministério Público após a aprovação em concurso. No Estado, Ennes foi procurador do Ministério Público de Contas e na sequência indicado para membro do TCE, cargo que ocupa desde dezembro de 2013. Foi o mais jovem conselheiro no Brasil a assumir a vaga: na época tinha 35 anos.
Situado na Linha do Equador, o Estado do Amapá tem um clima quente e úmido, como conta o santa-mariense, que é chamado por lá de “amapaúcho”. Em relação ao Rio Grande do Sul, Ennes aponta algumas diferenças. Além da localização nos extremos do Brasil, o Estado gaúcho, por exemplo, tem 497 municípios, enquanto que o Amapá soma somente 16. O acesso é outro diferencial.
– Nós somos o único Estado brasileiro que não é interligado por rodovias – afirmou Ennes, acrescentando que o acesso é via barco e avião.
Por isso, há uma dificuldade para chegar aos municípios, localizados na Floresta Amazônica. O TCE, conforme o conselheiro, tem um projeto que vai às cidades com toda sua estrutura e permanece por uma semana dando orientações aos gestores e “conversando muito com a população”. Ennes frisou que, atualmente, o Tribunal de Contas é visto com outro olhar: “Não é mais aquele velho bixo papão”.
– Hoje, nós somos indutores de política pública, então, precisamos explicar qual é a melhor forma de desenvolvimento da política pública, seja ela de saúde, de educação, assistência, segurança – ressaltou ele, acrescentando que o Amapá tem cerca de 900 mil habitantes, 500 mil concentrados na capital Macapá.
Com mestrado em Desenvolvimento Sustentável, o santa-mariense falou sobre a preservação da Floresta Amazônica. “A gente fala muito sobre Floresta Amazônica, mas fala muito sem saber o que realmente é a Amazônia, só conhecendo que tu vais saber realmente o que é Amazônia e preservar. A Amazônia é um desafio muito grande, porque é enorme, são muitos Estados e imensos.
O Pará, por exemplo, é quase o tamanho de um país. Sobre a questão de preservação, nós temos algo em torno de quase 90% da nossa floresta preservada e também mais de 75% de terras protegidas aqui no Estado, seja por questões ambientais ou comunidades originárias – indígenas, quilombolas e comunidades ribeirinhas – ressaltou o conselheiro.
Para concluir, Ennes destacou que a COP 30 ocorrerá, este ano, no Pará, quando serão tratadas “as metas ambientais para o mundo” e que o Amapá “está se preparando para receber uma parcela desses eventos”.
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