Indicadores da primeira infância na região são destaque do TCE em evento realizado em Santa Maria

Indicadores da primeira infância na região são destaque do TCE em evento realizado em Santa Maria

Foto: Jürgen Mayrhofer

Os cuidados com a primeira infância foi o tema predominante na 15ª edição dos Encontros de Controle e Orientação (Ercos) do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na última quinta-feira (8), em Santa Maria. O evento reuniu cerca de mil pessoas, entre prefeitos, vices, secretários e demais servidores de 41 municípios da região, que participaram de 18 oficinas.


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Na oportunidade, os auditores do TCE apresentaram indicadores na área da primeira infância, com base em uma amostragem de municípios com até 20 mil habitantes, que representam a maioria na Região Central.

 
O coordenador do Centro de Políticas Públicas do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Renato Lauris , avalia que a área nutricional é um ponto a ser melhor desenvolvido. 

– Existe uma cobertura em termos de saúde já bem avançada, ou seja, com atenção para a criança e as gestantes. Mas, ao mesmo tempo, em termos de resultado, constatou-se que a característica de peso e de altura das crianças ainda tem muito a melhorar. Esse é um ponto que verificamos e merece uma reflexão da região – afirmou o auditor.

 
A cobertura vacinal das crianças, segundo ele, também merece atenção. 

– Dentro desse horizonte dos municípios abaixo de 20 mil habitantes e pegando os dados de 2023 e 2024, a realidade ainda é desafiadora. Tem uma cobertura alta na primeira dose da vacinação. Mas quando chega na segunda ou terceira, o que é, na verdade, muito relevante para completar a cobertura vacinal e proteger as crianças, ainda há um desafio – comentou.


Aprendizado

Em relação ao atendimento na Educação Infantil, o auditor do TCE destacou que, há “uma cobertura muito boa, adequada para a necessidade da região”. Por outro lado, observa Lauris, após essa fase, há desafios a serem enfrentados pelos municípios de pequeno e médio portes quanto ao aprendizado e à alfabetização das crianças que ingressam no Ensino Fundamental.


– Nesse sentido, convidamos os gestores a dar atenção para a questão da qualidade do que é ofertado na Educação Infantil, porque vai refletir nos próximos anos da educação. São esses (indicadores) que nos chamaram a atenção nos dados gerais, mas, evidentemente, vale analisar caso a caso. Em particular, os avanços que vão ser propostos pelos gestores ao longo do mandato – afirmou o coordenador do Centro de Políticas Públicas.


Trabalho integrado

O tema da primeira infância, segundo o auditor, tem de ser trabalhado de forma intersetorial. Ou seja, é a Secretaria da Educação conversando com a da Saúde e da Assistência Social, porque têm uma série de dados que se complementam. Segundo Lauris, a troca dessas informações permitiria uma atuação mais assertiva no âmbito dos municípios. 

Por esse motivo, o Tribunal de Contas tem recomendado às prefeituras instituírem um comitê intersetorial para que as secretarias trabalhem de forma integrada, com o objetivo de atingir um melhor desempenho na proteção e atenção das crianças na comunidade.


Auxílio aos pais
Outra questão levantada pelo coordenador do Centro de Políticas Públicas do TCE, a partir dos indicadores, é quanto às visitas domiciliares. “É um ponto a melhorar a questão da cobertura em termos de visitas domiciliares, de como ensinar os pais a serem pais, o que é também um desafio. É um momento único para as famílias, essa mudança de perspectiva de cuidar de uma criança e muitas não têm essa realidade muito próxima”,enfatizou.

 
Hoje, conforme Lauris, os governos municipais, muitas vezes, com o suporte do Estado por meio de programas como Infância Melhor ou Criança Feliz, podem contar com visitadores que acompanharão as famílias, além de orientar sobre como melhor cuidar das crianças e serem mais assertivas na proteção, para que se desenvolvam de forma adequada.

Agressão a crianças
Ainda durante a apresentação dos dados, os auditores demostraram preocupação com a violência contra as crianças, inclusive na Região Central, e trataram sobre o papel dos municípios na identificação e prevenção dos casos.

 
– Existe todo um sistema de proteção da criança que envolve não só o município em si. Mas ele é a parte mais importante, porque é onde as coisas acontecem. Como as crianças se comportam na sala de aula, como são as famílias, o quão estruturadas são elas em relação ao dia a dia desses crianças são pontos muito importantes e que vão indicar a possibilidade de acontecer essas tristes situações que estamos vivenciando. Então, o município tem um papel importante (nesse cenário), mas de uma forma integrada, dando suporte para o Conselho Tutelar local e na interação com o Ministério Público, para, de alguma forma, proteger a criança. É um tema sensível, de fato. Os municípios têm que se apoiar muito nesse papel do dia a dia das escolas, da saúde e da assistência social que conseguem identificar esses sinais de possibilidade – avaliou o auditor.


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Jaqueline Silveira

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