
Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)
A Pesquisa Sobre o Empreendedorismo Feminino, realizada pelo Sebrae RS, aponta que cerca de 60% das mulheres empreendedoras gaúchas têm entre 30 e 49 anos, e 84% se autodeclaram brancas. Além disso, mais da metade das entrevistadas (59%) possui Ensino Superior. Os dados foram coletados com 449 empresárias entre os dias 16 de janeiro a 16 de fevereiro deste ano.
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Segundo Susana Ströher, gestora do Sebrae Delas no Rio Grande do Sul, o estudo reforça a importância de políticas de incentivo ao empreendedorismo feminino e aponta caminhos para fortalecer esse segmento. A análise detalhada dos desafios e conquistas dessas mulheres contribuirá, segundo Susana, para um ecossistema empresarial mais inclusivo, dinâmico e igualitário:
– O empreendedorismo feminino vai além das mulheres que empreendem. Ele impacta diretamente o desenvolvimento dos negócios, a promoção da igualdade de direitos e, consequentemente, o crescimento social e econômico. Ao fortalecer a presença feminina no mercado, não estamos apenas criando oportunidades para essas empreendedoras, mas também impulsionando a inovação, a geração de empregos e a construção de um ambiente empresarial mais diverso e inclusivo. Empreender, para muitas mulheres, é um caminho para superar desafios estruturais, conquistar espaço e contribuir ativamente para a economia.
Cenário dos negócios
A pesquisa identificou que 79% das empreendedoras atuam no setor de comércio e serviços, sendo 46% delas classificadas como microempreendedora individual (MEI). O rendimento médio mensal é de R$ 16,6 mil. Já 34% dos negócios têm até cinco anos de existência.
Os principais setores de atuação feminina no Estado incluem moda, alimentos e bebidas, saúde e bem-estar, educação e tecnologia da informação.
Motivação para empreender e rede de apoio
Entre os motivos que levaram essas mulheres ao empreendedorismo, 35% afirmaram que queriam trabalhar com o que gostam, enquanto 30% identificaram uma oportunidade de negócio. Já para 62% das entrevistadas, o apoio de familiares e amigos foi essencial na hora de abrir o negócio, enquanto 30% contaram apenas com seus próprios esforços. Por fim, a internet é considerada o principal canal de busca de informações para 58% delas.
Principais desafios
A gestão administrativa e financeira é apontada como o maior desafio para 47% das empreendedoras, seguida pela divulgação e vendas (40%), busca de capital de giro (40%) e planejamento do negócio (33%).
No quesito digitalização, ferramentas como WhatsApp, Instagram, Facebook e e-mail são as mais utilizadas para operações comerciais e interação com clientes.
– Analisando a pesquisa de 2025, percebemos que é essencial fortalecer o apoio em gestão financeira e digitalização, dois dos principais desafios apontados. O incentivo ao associativismo e networking pode ajudar a superar barreiras estruturais e fortalecer a rede de mulheres empreendedoras. O Sebrae Delas tem um papel fundamental para ampliar o acesso das mulheres as competências socioemocionais, conhecimento técnico, acesso a crédito e redes de associativismo – afirma Susana.
A pesquisa revelou um baixo uso de crédito por parte das empreendedoras: apenas 42% buscaram financiamento no último ano. O valor médio obtido foi de R$ 71,5 mil, demonstrando que muitas ainda encontram barreiras para acessar recursos financeiros.
Expectativas para 2025
Enquanto 37% das entrevistadas consideraram que 2024 foi melhor para os negócios do que 2023, outras 37% apontaram um desempenho pior. No entanto, 64% pretendem expandir suas atividades em 2025, e 60% planejam investir em marketing, novos produtos, atendimento e estrutura física.
Cerca de 42% das entrevistadas relataram ter sofrido preconceito ou atitudes discriminatórias no ambiente de negócios. Outras 29% afirmaram que essas situações impactaram negativamente seus empreendimentos.
*Com informações do Sebrae RS.
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