
Foto: Beto Albert (Diário)
A época de final de ano reserva aos trabalhadores com carteira assinada o tão esperado 13° salário. Apesar de gerar bastante expectativa ao longo do ano, nem sempre o recurso é utilizado com consciência e planejamento por quem recebe. Isso porque o dinheiro extra chega justamente em um período em que há maiores gastos em função de datas tradicionais como Black Friday, Natal e Ano Novo. Por isso, é preciso estar atento para que ele não desapareça.
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O Diário conversou com a especialista em administração financeira e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Kelmara Mendes Vieira, que traz orientações sobre como aproveitar o valor de maneira inteligente e conforme a realidade de cada pessoa. Confira abaixo cinco dicas sobre o assunto:
1. Faça um planejamento
O primeiro passo para não se perder na hora de gastar o recurso extra no final do ano é realizar um planejamento. Para isso, conforme Kelmara, é necessário que as famílias conheçam sua situação financeira, e a partir disso, tracem as melhores estratégias para utilização do dinheiro.
– Uma pessoa consciente da sua situação financeira geralmente consegue responder facilmente perguntas como: quanto você tem disponível nas suas contas hoje, quais as dívidas estão por vencer, nos últimos seis meses, qual tem sido a sobra ou déficit mensal – explica.
Outros movimentos importantes para o planejamento é prever quais serão os futuros gastos, de onde virá a renda para cobri-los e quais ajustes podem ser feitos para manter as contas em dia.
2. Utilize o dinheiro extra para quitar dívidas
Para quem está endividado, o pagamento do 13° salário pode ser uma boa oportunidade para quitar ou diminuir dívidas. Segundo a professora, caso a situação financeira da família seja de endividamento ou dificuldades, a tradição de utilizar o dinheiro para troca de presentes nesta época de festas não deve ser prioridade.
– O mais importante nestes casos é utilizar o recurso extra para o pagamento das dívidas. Em especial as dívidas de mais alto custo como, por exemplo, as parcelas atrasadas do cartão de crédito. Para as famílias em que grande parte da renda está comprometida com empréstimos, como o crédito pessoal ou o crédito consignado, também pode ser um bom momento para reduzir o valor da dívida, e garantir mais recursos livres para os gastos de 2025 – destaca.
3. Se prepare para gastos no início de 2025
Se as contas estiverem em dia, vale a pena dar uma olhada no planejamento financeiro para 2025. O início de ano concentra algumas despesas específicas que podem causar dor de cabeça caso não haja uma reserva. Entre elas estão impostos de residências e carros, matrículas, compra de material escolar e férias. Para iniciar o ano com o pé direito, utilizar o 13° salário para esses gastos pode ser uma boa opção.
– Além disso, o recomendado é que todas as famílias consigam construir uma reserva financeira para as emergências. Então, poupar pelo menos uma parte do 13° para essas situações traz mais segurança para a família – destaca.
4. Avalie: necessidade ou desejo?
Para que seja possível aproveitar a época festiva de final de ano sem que o 13° salário evapore, outra dica é elaborar uma lista de compras que diferencie itens necessários e outros menos prioritários.
Segundo a professora, a Black Friday é um exemplo de data em que as pessoas compram por impulso e acabam comprometendo parte do recurso. Ela indica que a compra dos “desejos de Natal” sejam realizadas apenas se a situação financeira permitir, sem que haja descontroles no orçamento.
5. Aposte na educação financeira dos filhos
Se o objetivo for construir uma vida financeira saudável, é importante que todos os membros da família participem do processo de planejamento. Kelmara explica que quanto mais cedo crianças e adolescentes aprenderem a fazer escolhas inteligentes, menos problemas terão no futuro.
– É fundamental que os pais questionem sobre a real necessidade de uma compra. Por exemplo, muitos adolescentes pedem de natal um celular novo somente porque os outros colegas trocaram de celular ou possuem um modelo mais moderno. Aqui os pais podem perguntar: por que você precisa de um celular novo? O que tem no celular novo que o seu não tem e você realmente usa e precisa? Se o adolescente tiver elencado várias demandas, faça com que ele mesmo analise a lista e defina a prioridade e o que pode esperar – orienta a professora.
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