Com a divulgação da inflação oficial do país em 2017 (2,95%, segundo o IPCA), foi fechado agora o percentual atualizado da defasagem da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. De 1996 até o final de 2017, a defasagem já chega a impressionantes 88,4%, segundo cálculos a que a Globonews teve acesso. Isso significa que a faixa de isenção, que é hoje de R$ 1.903,98, deveria ter sido corrigida e estar atualmente em R$ 3.556,56.
Que recado o governo dá ao obrigar pessoas com renda a partir de R$ 1.903,98 a começar a pagar ao Leão? De que quem ganha isso já tem uma renda significativa e com sobra de dinheiro ao ponto de ter de ser taxado. É algo absurdo e ridículo, além de ser mais uma forma de o governo federal "extorquir" a renda da população. Desde quando alguém que ganha pouco menos de R$ 2 mil tem sobra de dinheiro?
Para piorar, o Orçamento da União não prevê correção da tabela do Imposto de Renda. Portanto, o problema só vai piorar. Além disso, o trabalhador que ganha o salário mínimo e que é isento do IR, também teve perdas, pois o mínimo subiu 1,81%, abaixo dos 2,95% da inflação.
Isenção atual ao Imposto de Renda
| Isenção que deveria ser hoje
| Defasagem da tabela do IR desde 1996
|
Até R$ 1.903,98 | Até R$ 3.556,5 | 88,4% |
Quem tem salário de R$ 4 mil paga, por mês, R$ 263,90 de Imposto de Renda (ou R$ 3.166 ao ano), mas se a tabela tivesse sido corrigida pela inflação, estaria pagando somente R$ 33,30 ao mês (R$ 399 ao ano), segundo os cálculos da Globonews. Isso dá uma diferença de R$ 693%.
Para piorar, todos os últimos presidentes, desde FHC, Lula, Dilma e Temer, dizem que não aumentam impostos. Mas deixar de atualizar a tabela do Imposto de Renda é o quê então? Só de um trabalhador que ganha R$ 4 mil mensais, o governo está cobrando, por ano, R$ 2.737 além do que deveria. Agora multiplique isso por milhões de brasileiros que estão pagando Imposto de Renda além do que seria o correto?