Onze alunos da rede estadual passam mal devido ao calor em Santa Maria

Fotos: Beto Albert

Em menos de 24 horas, onze alunos passaram mal devido ao calor no Colégio Estadual Manoel Ribas. Conforme a direção, destes, uma estudante precisou ser encaminhada à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Nesta semana, o desconforto térmico chegou aos 45ºC em Santa Maria.


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Na segunda-feira (25), cinco estudantes apresentaram sintomas como pressão baixa, tontura e mal-estar. Todos receberam atendimento na escola e uma delas foi encaminhada para uma unidade de saúde. Já na manhã seguinte, outros seis casos. Enquanto a reportagem estava no local, na tarde desta terça-feira, pelo menos mais um aluno não estava passando bem e procurou a coordenação. Conforme o diretor da instituição, Juliano Tavares, o primeiro suporte é dado pela escola e, se necessário, o encaminhamento é feito para um atendimento mais especializado:

Todos os casos foram encaminhados para o Serviço de Orientação Educacional, o SOE. Um deles foi um pouco mais grave e tivemos que chamar o Samu. Ela foi encaminhada para a UPA, com a professora, e também notificamos os pais. Tem casos que os alunos estão em ambientes climatizados, então, imaginamos que até essa troca de ambientes pode ser um dos fatores.

Juliano Tavares assumiu em 2025 a direção da escola

Procurada pela reportagem, a 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) afirmou que foi notificada apenas de casos de mal-estar pelo calor no Colégio Manoel Ribas.


Adequações diante da onda de calor

No Colégio Manoel Ribas, são 33 turmas – 20 no período da manhã e 13 à tarde. Todas as salas de aula têm ar-condicionado, mas, durante a manutenção para o início do ano letivo, foi constatado que nove desses aparelhos não estavam funcionando. Como medida de emergência, a escola adquiriu quatro novos ventiladores e algumas turmas foram realocadas para salas climatizadas, como o laboratório de informática e o espaço de leitura. No mural do corredor, um aviso indica as mudanças de sala.

Outra flexibilização é em relação à permanência dos alunos em sala de aula durante o recreio e antes do início do turno. Antes, a prática não era permitida. Agora, direção e coordenadores, antes do início das aulas, recomendam que os estudantes entrem para os ambientes da escola e aguardem o sinal.


Aulas serão mantidas, diz Seduc

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul anunciou que as aulas serão mantidas na rede estadual, mesmo com as altas temperaturas. A decisão ocorreu após reunião com o Cpers (sindicato dos professores estaduais), na manhã desta terça-feira (25). Também foram anunciadas orientações para os dias de calor extremo (confira abaixo).

Na reunião, a secretária estadual Raquel Teixeira destacou que, em casos excepcionais relacionados ao calor, as escolas devem informar às Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) para avaliação e possíveis decisões em comum acordo. Ainda conforme a Seduc, desde quando os alertas começaram a ser emitidos pela Defesa Civil estadual, a Seduc tem reforçado uma série de orientações às CREs.

A hidratação é a principal recomendação aos alunos em dias mais quentes


Orientações repassadas às escolas

  • Possibilidade de ajustes nos horários de entrada e saída
  • Suspensão de atividades físicas durante picos de calor
  • Ampliação da hidratação
  • Adaptação do cardápio da merenda escolar
  • Reorganização de atividades ao ar livre, priorizando ambientes cobertos e ventilados


No Colégio Manoel Ribas, da rede estadual, as orientações já fazem parte da rotina. Como medida para evitar as horas de maior temperatura, os turnos foram reduzidos. Pela manhã, os alunos são liberados às 10h30min. Já a tarde iniciam às 14h30min.

– Essas orientações permitem que a gente tenha algumas adaptações, como a flexibilização dos horários, especialmente naqueles mais críticos em relação ao calor. Então, estamos tentando seguir da melhor forma possível para atender os alunos e, também, o que prevê o nosso calendário escolar – afirma o diretor da escola.

Em sala de aula, conforme Tavares, a recomendação é de muita hidratação. O cardápio da escola também foi alterado para a adição de mais frutas e verduras, recomendadas para dias mais quentes. Com as adaptações, como afirma a direção, nenhuma aula foi suspensa

Algumas turmas foram realocadas para outras salas diante da falta do ar-condicionado


Decisão judicial

Em 11 de fevereiro, o Tribunal de Justiça (TJRS) derrubou uma liminar que havia suspendido o início do ano letivo para 700 mil estudantes, em 2.320 escolas. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) demonstrou que o Poder Executivo já havia tomado medidas em virtude das altas temperaturas, orientando os coordenadores regionais sobre o retorno seguro da Educação. Na decisão, foram mencionadas as medidas tomadas pelo governo, como a autorização para a mudança dos horários das aulas e até das grades curriculares, como suspensão da educação física, com vistas a evitar ou mesmo amenizar os períodos de pico de calor.


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