Leandro Boldrini tem o registro médico cassado no Conselho Federal de Medicina

Leandro Boldrini tem o registro médico cassado no Conselho Federal de Medicina

Foto: Márcio Daudt

Leandro Boldrini, condenado a 31 anos de prisão pela morte do filho Bernado, teve o registro médico cassado nesta terça-feira (11). O pedido foi feito pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) após o Conselho Regional de Medicina (Cremers) absolver Boldrini, o que permitiu que ele continuasse atuando. Desde março de 2024 ele atuava no Programa de Residência Médica em Cirurgia do Trauma no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).


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De acordo com o MPRS, a decisão é inédita pois foi a primeira vez que um Ministério Público atuou junto aos conselhos de medicina. O processo contou com a participação de 25 conselheiros, que votaram de forma unânime.

– O dia de hoje é um dia emblemático em busca de justiça para o menino Bernardo Boldrini. A sociedade gaúcha, e especialmente Bernardo, necessitavam que o MPRS entrasse nessa briga. E, para isso, nós interpusemos um recurso junto ao CFM, onde tivemos êxito por unanimidade na cassação do médico. No dia de hoje, foi feita a sustentação oral das nossas razões e conseguimos demonstrar que o médico contribuiu e planejou o homicídio do filho e, não somente isso, utilizou dos seus conhecimentos da medicina para esse intento. Para além disso, este pai torturou essa criança e tortura é vedado também no código de ética médica – disse a promotora de Justiça Alessandra Moura Bastian da Cunha, responsável pelo processo.


Conforme o advogado de Boldrini, Ezequiel Vetoretti, analisará a decisão para, então, "decidir se apresentaremos recurso ou não" (leia na íntegra abaixo).


Nota da defesa

Em razão das recentes solicitações de esclarecimento sobre o procedimento ético-profissional em trâmite junto ao Conselho Federal de Medicina, esclareço que o referido processo está sujeito a sigilo, nos termos da legislação vigente.

Por força de lei, não me é permitido comentar os fundamentos da decisão, tampouco fazer qualquer manifestação sobre seu conteúdo. Como advogado, tenho o dever de respeitar o sigilo determinado por norma federal, razão pela qual não posso oferecer maiores informações a respeito do caso.

Ressalto, ainda, que existem diversas questões preliminares arguidas pela defesa que desafiam uma avaliação judicial. No entanto, neste momento, analisaremos o acórdão para, junto do Leandro, decidir se apresentaremos recurso ou não.

Reitero meu respeito pelo trabalho da imprensa.

Santa Cruz do Sul, 11 de fevereiro de 2025.

Ezequiel Vetoretti


Relembre o caso

Boldrini foi condenado pela morte do filho Bernardo Boldrini, de 11 anos, ocorrido em Três Passos, no dia 4 de abril de 2014. O menino, que morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã de um ano, desapareceu na data do crime. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen. A investigação apontou que a criança foi dopada, morta e enrolada em um saco plástico antes de ser enterrada.

No mesmo dia da descoberta do corpo, Boldrini e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. Graciele contou com a ajuda da amiga Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvania, foi preso sob suspeita de preparar a cova onde o menino foi enterrado.

Em abril deste ano, a morte de Bernardo completa 11 anosFoto: Eduardo Ramos (Arquivo/Diário)

Apesar da condenação, Leandro Boldrini foi selecionado para um programa de residência no Husm. Em novembro do mesmo ano, Boldrini foi absolvido, por unanimidade, no processo disciplinar do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). A entidade concluiu que ele não cometeu nenhuma infração ética durante sua trajetória profissional. No mesmo mês, ele foi flagrado saindo de um Centro de Formação de Condutores (CFC) em Santa Maria, onde renovou sua carteira de habilitação.


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