
O espaço que antes aproximava da natureza, hoje afasta diante do perigo deixado na encosta do Arroio Grande, em Três Barras. Após as fortes chuvas, uma parte dos fundos do Balneário Zimmermann foi embora com a água que, agora, parece ter ganhado o dobro de espaço no curso do arroio. O que sobrou foram prejuízos que já chegam aos R$ 60 mil e a reconstrução feita a muitas mãos.
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No balneário, as mudanças da paisagem chamam atenção ainda na entrada. Telas e postes caídos indicam que a água atingiu a altura da rua. Ainda na parte da frente, a pracinha infantil, as quadras esportivas e a área que abrigava turistas já não são mais as mesmas. Parte das estruturas foram danificadas, árvores foram arrancadas pela raiz, e a lama substituiu o gramado.
Já na parte dos fundos, que fica às margens do Arroio Grande, uma parte da encosta foi levada pela água. Com isso, o terreno perdeu cerca de 10 metros de extensão e, agora, indica perigo de novos desmoronamentos de terra. O proprietário Gleison Zimmermann, 44 anos, conta que o balneário perdeu mais de 30 churrasqueiras, lixeiras de lixo e metros de fios de luz, levados pela correnteza.
– Nosso medo é que, na próxima chuva, tenha estragos semelhantes ou que a gente possa ser atingido pelo leito do rio. Porque acreditamos que não vai ser a última enchente, então, precisamos estar preparados para o que vier e evitar todos esses estragos – afirma Gleison.

Nem todos os prejuízos foram colocados na ponta da caneta, mas o proprietário afirma que o valor para reconstruir o espaço deve passar dos R$ 60 mil:
– No momento, não temos um valor exato, mas acredito que uns R$ 50 mil para recompor churrasqueiras, postes e a parte hidráulica que foi levada embora. Também tem gastos com gasolina, correia, motosserra… tudo vai agregando no valor. Fora na frente do balneário que cedeu a tela que construímos no ano passado e o gasto foi em torno de R$ 15 mil. Há muito prejuízo. A gente vai levar um certo tempo para recompor tudo.
“Nunca tinha visto tanta água assim”
Há 3 anos, Carlos Alberto de Oliveira, 66 anos, é caseiro no balneário e jamais imaginou presenciar tal situação. Ele mora em São Pedro do Sul, mas estava no local quando a enchente atingiu a propriedade no dia 30 de abril. Ele conta que viu a água se aproximando e procurou refúgio no bar.
– Peguei os cachorros e fui para o bar. Também consegui salvar alguns materiais da pracinha e brinquedos. Estou com 66 anos e nunca tinha visto tanta água assim na minha vida. E o maior medo que eu tinha era que o morro descesse – conta o caseiro.
Reconstrução a muitas mãos
Apesar do prejuízo, a família Zimmermann não pensa em desistir do empreendimento. Gleison conta que o local é herança do avô, natural de Três Barras. Assim, o balneário, fundado em 1994, significa uma forma de manter a tradição. Por isso, dia a dia, eles têm reconstruído o espaço com o conserto das telas, limpeza do espaço e jardinagem.

Para diminuir os custos, os proprietários contam com a ajuda de amigos e familiares. Todo o valor arrecadado nos últimos anos deve ser usado para reconstruir o espaço. A expectativa é voltar a atender os visitantes no próximo verão.
– Queremos manter a tradição do avô. Não está sendo fácil, mas vamos tentar para continuar oferecendo para as pessoas esse espaço familiar e apresentar a natureza para as famílias que não tem esse espaço em casa – afirma Zimmermann.
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