"Se não tiver demanda mínima, é difícil manter", diz diretor da empresa de transportes Argenta, sobre paralisação das linhas na região

A empresa de transportes Argenta, de São Sepé, que tem mais de 55 anos de atuação, vai ​paralisar as operações de duas linhas na Região Central por 90 dias. Os serviço atende passageiros entre São Sepé e Agudo, na Quarta Colônia. De acordo com o diretor administrativo da Argenta, Luciano Argenta, a suspensão das linhas deve iniciar na próxima semana e ocorrerá devido à baixa demanda.

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As linhas São Sepé-Agudo que passam pelos municípios de Formigueiro e Restinga Sêca serão afetadas pela paralisação. O motivo para tal decisão seria a baixa demanda de usuários. Segundo o diretor, ao longo do tempo, com o surgimento de transportes alternativos de passageiros e mercadorias, a empresa viu o fluxo de clientes diminuir consideravelmente. 

– Essas linhas que fazem trajetos mais curtos são chamadas de alimentadoras. Elas foram as primeiras a sofrer com a perda de passageiros. Como elas atendem cidades menores, o fluxo de pessoas não costuma ser grande. Antes, os ônibus eram mais utilizados e com diversas finalidades. No pós-pandemia, que acelerou muitos processos, vimos isso reduzir drasticamente – diz. 

A Argenta se mantém com o fretamento de turismo e pelas linhas intermunicipais, que tiveram início em 1968. De acordo com o diretor, em um trajeto de 200 quilômetros (ida e volta), feito diariamente na linha São Sepé-Agudo, menos de 10 dos 42 assentos são ocupados por viagem. Isso corresponde a apenas 24% de ocupação dos ônibus, o que é economicamente inviável para a empresa. 

– Venho operando a linha com prejuízo há muito tempo. Às vezes, os ônibus vão e voltam praticamente vazios. Tenho um apego afetivo pelas linhas, pois foi onde meu pai começou. Porém, não está cobrindo nem os custos operacionais no momento – afirma. 

Outro ponto reforçado é sobre o transporte de mercadorias, outro serviço oferecido pelos ônibus. Com o avanço das plataformas de vendas online, o diretor viu que as pessoas saem menos de suas casas para buscar os produtos, pois eles costumam ser entregues por veículos de aplicativos ou de outras formas, na porta de suas casas. Como reflexo da baixa demanda, ele afirma que duas rodoviárias da região fecharam: Agudo e Formigueiro. 

Por isso, o diretor decidiu que deve paralisar as linhas pelo prazo de três meses para estudar o que será feito a respeito. Segundo Argenta, isso deve ocorrer na semana que vem, após o Daer liberar a ordem de serviço. 

– Estou aberto a sugestões, seja das prefeituras ou de outras empresas, para decidir o que fazer. O que eu menos quero é parar, o nosso ganha-pão é transportar pessoas. Mas não consigo visualizar como melhorar esse cenário. Os custos são muito altos. Se não tiver uma demanda mínima, é difícil de manter – finaliza o empresário.

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