"Só gratidão por ele estar com vida"; fiéis agradecem durante as celebrações de Corpus Christi em Vale Vêneto após enchentes

Fotos: Beto Albet (Diário)

Um dia de sol marcou as celebrações de Corpus Christi em Vale Vêneto, distrito de São João do Polênise, nesta quinta-feira (30). A comunidade e os visitantes marcaram presença durante a missa e fizeram profundo silêncio na procissão pelas ruas do distrito. 

Este ano, a 136ª festa do feriado cristão foi em tom reflexivo após as fortes chuvas que tiveram início nos últimos dias de abril. Em meio à procissão, era possível visualizar os impactos da força das águas em contato com o solo nas vias de Vale Vêneto.


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Entre os grupos que se juntavam para cumprimentos, antes e depois da missa, o assunto era o mesmo: os estragos da chuva. Entre os relatos, as transformações de conhecidas paisagens, casas alagadas e ruas interrompidas, geralmente próximas a rios, arroios e sangas.


A família da funcionária pública Camila Schlosser, 42 anos, sempre comparece na celebração. Neste ano, agradeceu por todos estarem bem após as chuvas. Sua mãe, a aposentada Giselda de Lima, 61 anos, reconhece a graça de não ter maiores danos, além dos materiais: 

– Neste ano, só vim para agradecer, só agradecer. Meu irmão de São João de Polênise perdeu toda a casa. Sentimos muito por isso, mas só gratidão por ele estar com vida. Foram só as coisas materiais. Estão todos bem e com saudade, graças a Deus. 


Tradição 

Em frente à Igreja Matriz Corpus Christi, os tradicionais tapetes simbólicos também marcaram a data. O colorido da bandeira do Brasil e do Rio Grande do Sul se juntaram às figuras e frases no gramado, representando a união do Estado e do país em prol das vítimas das enchentes.  


Durante a missa, todos os bancos ocupados. A mensagem do ​arcebispo Dom Leomar Brustolin destacou a esperança em meio aos vários sinais da natureza.

– Ninguém pode viver sem esperança. Podemos estar cansados e até ilhados, mas não sem esperança, porque tudo passa. Me chamou muito atenção o silêncio durante a procissão. Essa foi a mais silenciosa dos últimos anos, porque está na hora de meditar mais. Tempos de silêncio e esperança – destacou. 


Refeições 

Em edições anteriores, cerca de 1,5 mil pessoas sairiam da missa e iriam para o Salão Paroquial. A refeição seria tradicional italiana, com o famoso bife a milanesa. Devido às chuvas, ocorreram algumas mudanças na programação. A estrutura do local não estaria preparada para receber tamanho público. 

Assim, a solução encontrada pela organização foi manter um almoço com risoto e galeto, no sistema Pague e Leve. As vendas do risoto, por exemplo, totalizaram 400 conchas. 


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