Altos índices de abstenção são motivados por "múltiplos fatores", afirma secretário do TRE após seminário sobre o tema

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Foto: Vinícius Machado

Depois de três dias de debates, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado do Rio Grande do Sul apontou as conclusões sobre o elevado número de abstenções nas eleições municipais de 2024. Entre elas, destaca-se que nem as enchentes, nem a facilidade para justificar o não comparecimento foram determinantes para afastar o eleitorado das urnas. 

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Em Santa Maria, o índice no 1º turno foi de 27,54%, ou seja, mais de 57 mil deixaram de votar. Já no 2º turno, foram mais de 62 mil, correspondente a 29,83%.

Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade! (CDN 93.5 FM), apresentado por Alexandre de Grandi e Rogério Kerber, o secretário de Tecnologia da Informação do TRE gaúcho, Daniel Wobeto, pontuou que a grande conclusão do seminário, realizado em Porto Alegre na última semana, é que a alta taxa de abstenção é fruto de “múltiplos fatores”.

Segundo Wobeto, a facilidade para justificar o não comparecimento foi descartado pelos estudos como uma das razões para o número.

– Ficou evidente que não seria uma das causas da justificativa, já que isso abrange um número muito pequeno de eleitores. E, se não houvesse justificativa pelo e-Título, certamente essas pessoas fariam da forma tradicional, que era ir numa sessão eleitoral – afirmou o secretário.

O não cancelamento do título eleitoral dos indivíduos que não votaram por três eleições seguidas por conta da pandemia foi apontado entre as causas para o não comparecimento. Segundo Wobeto, o TRE/RS estima que 2,6% das abstenções foram gerados pelo não cancelamento do documento.

Um novo processo deve cancelar cerca de 300 mil títulos de eleitores no Rio Grande do Sul este ano. De acordo com o secretário do TRE, uma parte deste número deve voltar ao cadastro até maio do ano que vem, prazo final para regularização para as eleições 2026.

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Outro fator destacado no seminário é o desinteresse do eleitorado pela política. Wobeto citou razões como “falta de identidade dos partidos políticos”, “criminalização da política” e a falta de candidatos que representem o eleitor. A multa, de cerca de R$ 3,50, aplicada aos eleitores que não justificaram a ausência também foi citada como estímulo ao não comparecimento nas urnas, em razão do baixo custo. O tamanho do eleitorado também contribui para taxas menores ou maiores de abstenção, segundo o secretário.

– A forma da campanha digital que nós temos e a diminuição da campanha corpo a corpo, talvez esteja contribuindo para que, nos municípios grandes, a abstenção cresça numa velocidade muito maior do que nos menores – contou.

Sobre o perfil do eleitorado que não compareceu às urnas, o TRE/RS aponta um alto índice nos idosos, que tem voto facultativo a partir dos 70 anos, e na população de baixa renda.

– Identificamos que a população com grau de escolaridade mais baixo é a que mais tem faltado às urnas, menos tem justificado e menos tem buscado a regularização. Isso faz com que essas pessoas, inclusive, sejam o grupo de eleitores que, proporcionalmente, tenham o maior número de cancelamentos previstos para o mês de março. Nós percebemos que as pessoas de menor grau de instrução e menor nível socioeconômico são as que estão se afastando mais do processo eleitoral – pontuou Wobeto.

Para mudar essa realidade, a ideia do TRE/RS é compilar os dados apresentados no seminário e ampliar campanhas de incentivo, especialmente em escolas, visto que elas são, segundo o secretário, grande foco de mobilização não só dos jovens, mas também de seus familiares.

Confira a entrevista completa:

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