
Foto: Arthur Camponogara
Placa com comunicado sobre o fechamento é encontrada no portão do parque, na Rua Tamanday
O fechamento do Parque da Cacism, anunciado no começo do mês, reduziu as opções para a prática de esportes e lazer ao ar livre em Santa Maria, além de retomar um receio antigo dos frequentadores. Não à toa, um abaixo-assinado já foi criado para pedir a reabertura do parque.
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Isso porque esta não é a primeira vez que o local, de propriedade da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), fecha seus portões em decorrência dos altos custos de manutenção e vandalismo, como afirmou a entidade em nota.
Em 2015, o local foi fechado temporariamente pelos mesmos motivos. Na oportunidade, não abriu as portas por um ano e nove meses, até ser reaberto em agosto de 2017. O abaixo-assinado cita que a área tem “valor inestimável” para a qualidade de vida dos frequentadores e contribui para a “coesão social da comunidade”.
Diálogo com a prefeitura
Por esta mesma razão, Andrei de Lacerda Nunes, atual presidente da Cacism, tem pressa para encontrar soluções viáveis para retomar as atividades do parque. Segundo ele, a entidade procurou a prefeitura de Santa Maria antes de decidir pelo fechamento do espaço. Conforme o secretário de Esporte e Lazer do município, Gilvan Ribeiro, a prefeitura não tem autonomia para deliberar sobre o parque por ser um local privado.
Outras tratativas
Em busca de outras possibilidades, a Cacism buscou propor patrocínios e parcerias com empresas locais e assessorias esportivas, que utilizavam a área para a prática de corrida antes do fechamento. Nunes confirma que há procura tanto da Cacism quanto de empresas interessadas, mas que, por enquanto, as tratativas não avançaram. O presidente da entidade garante que está aberto a novas propostas e continua à procura de parceiros que tenham interesse em expor suas marcas, para viabilizar o funcionamento do parque.
Assessorias esportivas
Os representantes das assessorias de corrida GoFit, ProElite e Ítalo Ribeiro Assessoria lamentaram o fechamento, especialmente ao citarem o Parque da Cacism como um local seguro para a prática esportiva e o lazer na cidade, bem como para treinamentos. Embora reconheçam o caráter privado do parque, especialmente em relação às despesas, as três assessorias entendem que o poder público deveria atuar para buscar alternativas ao local. Nenhum dos representantes citou prejuízos em relação aos treinamentos de corrida de suas assessorias. Contudo, lamentaram a perda do espaço.
Histórico
O parque é fruto de um convênio firmado entre a Cacism e a prefeitura, por meio da lei municipal nº 4896, de 14 de abril de 2006, em que as partes se comprometiam, em parceria, à construção e administração do Centro de Eventos, junto ao Centro Desportivo Municipal (CDM) e do “Parque Municipal de Santa Maria”.
A construção do parque começou em 2006, na área de cerca de cinco hectares. Com acessos pela Rua Tamanday, no Bairro Nonoai, e pela Rua Célio Schirmer, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, foi inaugurado em 2008. Entretanto, com as obras do Centro de Eventos não concluídas pela prefeitura até hoje, o convênio nunca saiu do papel.
Rodrigo Decimo, atual prefeito de Santa Maria, afirmou ao Diário, em matéria veiculada em fevereiro de 2017, quando estava à frente da Cacism, que a entidade precisaria reavaliar o convênio original, em decorrência do atraso das obras, por parte da prefeitura.
Desde então, a Cacism arca com os gastos de manutenção do local, que conta com pista de caminhada e ciclismo, academia ao ar livre, quadra de esporte e áreas de lazer.