
Prefeitura de Tupanciretã (Divulgação)
Um dos maiores produtores de grãos do Estado, Tupanciretã, contabiliza perdas irreversíveis na agricultura em consequência da falta de chuva no município. Conforme o prefeito, Gustavo Terra (Progressistas), o Executivo elabora um decreto de situação de emergência que deve ser publicado na próxima sexta-feira (24), afim de receber subsídios dos governos estadual e federal para amenizar os prejuízos.
O documento ainda não foi lançado porque ainda está em curso um estudo detalhado para levantar os prejuízos da estiagem. O município esteve, nos últimos anos, entre os primeiros a pedir auxílio por conta da seca. Neste ano, a espera é necessária para contabilizar valores mais atualizados, como informou o prefeito, em entrevista ao Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN 93.5 FM desta quarta-fera (22).
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– Em seis anos, apenas um ano o produtor rural conseguiu pagar suas contas normalmente. Nos últimos anos, foi uma bola de neve financeira para os produtores. O que percebemos, infelizmente, é que o quadro se agrava no decorrer da cultura e precisamos ficar editando os decretos para alterar os números. Mas havendo a sinalização das esferas maiores ao município, estamos preparando o decreto para que saia até o fim dessa semana.
Apesar do decreto ainda não ser oficial, a situação crítica já foi informada a Defesa Civil Estadual por meio do registro no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).
Milho
O reconhecimento estadual do município é por ser o maior produtor estadual de soja. Mas, nesta safra, o milho deve ser o principal prejudicado. Como informa o prefeito, a perda é de aproximadamente 80% da produção de milho sequeiro, também chamado de milho safrinha. A situação é mais grave em localidades do norte e nordeste do município.
Soja
Em contraponto ao panorama da última safra, que não teve efeitos da estiagem e registrou colheita recorde, estimada em 22,2 milhões de toneladas em todo o Rio Grande do Sul, a temporada deste ano terá perdas. Em Tupanciretã, os números ainda estão em levantamento prefeitura. Em visita às propriedades, o prefeito relata o panorama:
– Lavouras de soja que eu visitei essa semana, com pouca cobertura de terra, que estão mortas. Em solos mais robustos é onde ainda a cultura resiste.
Para além das lavouras, a produção leiteira, também forte no município, preocupa os pecuaristas. Dezenas de famílias com problema de déficit hídrico são abastecidas diariamente com água potável para consumo humano e também de animais, segundo a prefeitura. Outras medidas estão sendo avaliadas para os próximos dias, principalmente após a homologação do decreto de emergência.
– Também estamos planejando a abertura de bebedouros e açudes. Nossos recursos materiais são limitados, quando temos essa demanda, temos que tirar nossa equipe das estradas, por exemplo, para colocar dentro das propriedades. Por isso o aporte das instâncias superiores é importante. Que nos mandem mais recursos. – ponderou o prefeito em entrevista ao Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN 93.5 FM desta quarta-fera (22).
A área urbana não preocupa, afirma o chefe do Executivo. Isso porque o sistema de abastecimento é feito com poços artesianos que trabalham com limite adequado. Não há risco de desabastecimento.
Panorama regional
Santa Margarida do Sul foi o primeiro município da Região Central a declarar situação de emergência. A cidade enfrenta períodos sem chuva, com prejuízos totais que ultrapassam R$ 120 milhões. Na tarde de terça-feira (21), Rosário do Sul também passou a integrar a lista, com somatório de R$ 17 milhões em perdas. O município mais recente a decretar situação de emergência foi Júlio de Castilhos, nesta quarta-feira (22).
Além de Tupanciretã, outros dois municípios, Cacequi e Santiago, também têm registros no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), disponibilizado pelo governo federal e utilizado pela Defesa Civil do Estado. Neste caso, são aguardadas as oficializações nos próximos dias.