Dia do Gamer: conheça o professor de História que coleciona mais de 70 videogames em casa

Foto: Antonio Oliveira

Nesta quinta (29) é celebrado o "Dia do Gamer", data criada em 2008 por um grupo de revistas espanholas, que entenderam como interessante salientar um dia específico para valorizar o hábito de jogar, destacando a cultura pop. Embora muitas pessoas não gostem de rotular o termo, "gamer" é aquele que tem afinidade por jogos de computador, videogame ou de celular. Existem os colecionadores, os que se destacam por jogar bem e aqueles que só querem se divertir. No fim, o importante é estar sempre por perto dos jogos.

Em meio a modernização dos jogos, que cada vez apresentam mais realismo, algumas pessoas não conseguem esquecer do passado nostálgico deste universo. Quem segue essa ideia é o professor de História Leonardo Spallone, 43 anos, que trabalha em Santa Maria desde 2018 e mora na cidade desde 2023. Em seu escritório, ele conta com mais de 70 consoles. Além disso, coleciona bonecos relacionados ao universo dos "games" e televisões antigas.

– É o meu passatempo favorito. Quando estou aqui (escritório), passo metade do tempo jogando e a outra metade tirando a poeira com um pincel, organizando as prateleiras. Eu adoro. Às vezes, principalmente antes de viajar, subo aqui no escritório, olho para a coleção e bate um orgulho – conta o professor, que também dá aulas em Porto Alegre semanalmente.


A coleção dos sonhos

Foto: Antonio Oliveira

Natural de Pelotas, Leonardo ganhou o seu primeiro videogame no final da década de 80. Era um Dactar, uma versão brasileira e mais barata do famoso Atari. Nos anos seguintes da adolescência, ele e seu irmão até chegaram a ter outros consoles, mas em função da condição financeira da família, o sonho de ter a própria coleção teve de ser adiado. Aos poucos, conforme ia crescendo, o amor pelos jogos foi se perdendo e deixou de fazer parte da vida dele.

Sem ter videogames em casa, o professor de história até frequentava fliperamas às vezes e chegou a instalar emuladores (sistemas capazes de emular outro sistema) de consoles antigos no computador, mas o sentimento não era o mesmo. Em 2017, resolveu comprar um Mega Drive Tectoy para relembrar os velhos tempos. Na sequência, foi atrás do clássico Super Nintendo e, de forma rápida, o amor pelos “games” foi retornando:

– O sentimento voltou. Eu enlouqueci pelos jogos. Virou uma febre na minha vida de novo. 

Aos poucos, a coleção aumentou e Leonardo foi revisitando o seu passado e retomando a nostalgia do tempo que ia até locadoras e fliperamas. Atualmente, ele conta com mais de 70 videogames dentro de seu escritório pessoal. Entre os mais raros, ele destaca o Atari 5200, console que foi vendido entre 1982 e 1984, o Atari 2600, um dos aparelhos mais famosos do mundo dos jogos, o Colecovision, que oferece qualidade similar ao que é visto nos fliperamas, e o MSX da Sony, videogame que se assemelha muito com um computador.


Menor Atari do mundo é um dos itens curiosos da coleção.Foto: Antonio Oliveira


Além dos consoles, Leonardo conta com inúmeros jogos em mídia física. No entanto, ele destaca uma modernidade que facilita a vida dos colecionadores. O “Everdrive” é um cartucho que armazena diversos jogos em seu interior, permitindo que as pessoas possam jogar mais de um jogo em apenas uma compra.

– Antigamente isso não existia. Hoje facilita muito a nossa vida. Naquela época (anos 80 e 90) você alugava um jogo na locadora pela capa e, se ele fosse ruim, tinha que jogar o fim de semana inteiro. Por isso que a gente zerava os jogos com mais facilidade. Hoje em dia é muito difícil terminar um jogo. Você cansa de um e já muda para outro – diz Spallone, que consegue relacionar o universo dos “games” com os conteúdos dentro da sala de aula.

E em meio a tantas opções, incluindo jogos mais modernos e mais antigos, um item chama a atenção de quem tem a oportunidade de conhecer o espaço do professor. Além dos consoles, Leonardo conta com um fliperama personalizado com mais de 22 mil jogos. De acordo com ele, quando seus amigos o visitam, todos querem jogar no aparelho.


Foto: Antonio Oliveira


O que é ser um gamer?
Neste Dia do Gamer, Leonardo Spallone reforça a importância de não rotular o termo. Ele comenta que na comunidade dos amantes dos jogos existem pessoas que tentam restringir cada vez mais a nomenclatura aos que possuem boa condição financeira para adquirir produtos originais e aos que apresentam bom desempenho nos jogos. Em sua coleção, ele tem réplicas de consoles e jogos, mas não se importa com isso. Da mesma forma, não se considera um bom jogador no geral.

– É muita regra para uma coisa que não conta com padrão científico. Se você joga um jogo de celular com frequência e se diverte, para mim você é um gamer. Eu me considero, embora não seja um bom gamer, sou ruim na maioria dos jogos. Mas estou sempre jogando, isso que importa – afirma, orgulhoso.

O futuro da coleção

Mesmo com a grande quantidade de itens, o professor quer aumentar a coleção. O principal desejo é a compra de um Neo Geo, descrito por ele como o videogame que sempre sonhou em ter. Atualmente, possui a versão “mini” do aparelho, mas admite que o seu grande objetivo é adquirir a versão original do clássico console.


Versão mini do Neo GeoFoto: Antonio Oliveira


Sobre a possibilidade de investir em videogames mais modernos, como o Playstation 5 e o Xbox Series X, ambos lançados em 2020, ele reforça que não se sente atraído por eles e que prefere o que chama de "console dos sonhos".

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