Entrega do Memorial da Kiss é adiada mais uma vez; valor do contrato pode ser alterado

Entrega do Memorial da Kiss é adiada mais uma vez; valor do contrato pode ser alterado

Foto: Beto Albert

A entrega do Memorial às Vítimas da Kiss terá atraso de, pelo menos, 120 dias. A obra, antes prevista para março, deve ser finalizada em junho. O motivo são adequações no projeto após problemas na etapa de infraestrutura. Por isso, novas prorrogações de prazo e mudanças no valor do contrato não foram descartadas.

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Prestes a completar nove meses, as obras no Memorial passam por mudanças no projeto e operam em ritmo reduzido. O primeiro contratempo ocorreu em setembro do ano passado após a equipe ser notificada sobre um andar abaixo do nível do solo que fica no edifício vizinho à boate. A condição, antes desconhecida, exigiu mudanças nos projetos estrutural, arquitetônico e no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Por isso, por quase dois meses, a obra pouco evoluiu.

Neste ano, outras adequações. Conforme o superintendente e gestor da construção do Memorial, Jéferson Nunes, o pedido foi da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM):

– Estamos passando, neste momento, por uma adequação no projeto, a fim de liberação do PPCI. Por reuniões da Associação se decidiu por outro tipo de utilização do espaço, o que enquadra a obra em outro nível. Nós saímos de uma ocupação F1 para um nível F5, o que exige um pouco mais de elementos de segurança na edificação.

Ainda conforme o superintendente, as adequações no projeto do PPCI devem ser protocoladas, junto ao Corpo de Bombeiros de Santa Maria, na próxima segunda-feira (31).

Registros da obra, desta terça-feira, mostram que não há equipes trabalhando no terrenoFoto: Beto Albert


Planos da AVTSM 

Ao Diário, o presidente da Associação, Flávio Silva, confirmou que a entidade tem atuado nas adequações no Memorial. A solicitação para mudanças nos projetos, especialmente o de PPCI, são para atender as exigências de seguranças necessárias para locações futuras. Conforme Silva, além de um espaço de prevenção e memória às vítimas, o espaço também será alugado para eventos da AVTSM e ações culturais:

Nós temos a pretensão de alugar o auditório que vai ter, para terceiros, porque a Associação precisa ter uma receita para manutenção do Memorial após a conclusão. E, para que isso aconteça, precisamos modificar o projeto de PPCI, onde se pede duas saídas de emergência em fachadas diferentes. Queremos fazer alguns eventos, da Associação e particulares, para arrecadação e para atuar com mais vigor na questão da prevenção. 


Custo da obra 

Valores no contrato de construção do Memorial não foram descartados. O custo inicial é de R$ 4,8 milhões oriundos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo Ministério Público (MP) e de uma contrapartida de R$ 800 mil da prefeitura. Conforme Nunes, o bloqueio no orçamento anunciado pela atual gestão não deve interferir na entrega da obra:

– Esses valores (R$ 4,8 milhões) estão garantidos. O que poderá acontecer será fruto de estudos futuros, mas não se descarta a possibilidade de buscar com o Ministério Público, responsável pelo repasse da maior parte dos recursos, a complementação desses valores, caso seja necessário.


Obra já completa oito meses

Em março, a construção do Memorial completou oito meses. A retirada do letreiro da boate Kiss e das portas de entrada, em ato simbólico na Rua dos Andradas no dia 12 de julho, marcou o início da obra. Ainda na primeira semana, foram catalogados os objetos que farão parte do acervo, e teve início a retirada de materiais da boate como gesso, madeira, alumínio e espuma.

A retirada das portas de entrada da boate marcaram o início da construção do MemorialFoto: Beto Albert

Quase duas semanas depois, em 23 de julho, outro marco importante: a remoção do telhado e das estruturas internas do local. No dia seguinte, a fachada do prédio da boate Kiss começou a ser demolida de forma manual, com a retirada de janelas e estrutura de madeira. Esse foi o último passo antes da derrubada completa das paredes da boate, que ocorreu no dia 29. Com a remoção da estrutura, foi realizado o nivelamento do terreno e as primeiras etapas de infraestrutura.

Após adequações no projeto, a obra seguiu com a preparação da construção para receber a concretagem, concluída em fevereiro deste ano. As próximas etapas incluem o aterramento e o levantamento das paredes.

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