Foto: Mateus Ferreira (Diário)
A quinta-feira (8) é o segundo dia consecutivo que agricultores de Santa Maria e região estão às margens da BR-392, na saída para São Sepé, em manifestações. Pela manhã, eram cerca de 20 tratores estacionados no acostamento, próximo a um posto de combustíveis, com faixas do Movimento SOS Agro RS. A projeção é que fiquem até sexta-feira (9).
A manifestação ocorre no município e em outras partes do Estado. A manifestação cobra medidas de apoio ao agro gaúcho após a catástrofe climática que atingiu o Estado neste ano. Na manhã desta quinta (8), apoiadores de todas as partes do RS se encontraram em Porto Alegre. Eles foram com seus respectivos maquinários até a Capital.
O produtor rural Fernando Penna, 35 anos, é um dos coordenadores do movimento na região. Ele lista as reivindicações do grupo. De maneira geral, pedem ações mais abrangentes e eficazes para auxiliar na recuperação do setor agrícola do Estado.
– A situação é bem complicada. Passamos por catástrofes climáticas muito severas. Dois anos de seca e, agora, essa chuvarada. Isso gerou muito prejuízo financeiro, no patrimônio, perdas de terras e de produção. Tudo dificulta ainda mais a vida do nosso produtor. Precisamos de um alongamento das dívidas para poder continuar na atividade, porque dia 15 de agosto é o vencimento de contas importantes. Quem não conseguir honrar com esse compromisso, deve acabar deixando a atividade ou tomar outras medidas para tentar se manter – diz Penna.
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No cronograma consta a presença do governador Eduardo Leite (PSDB). O movimento estaria sendo apoiado e recebido pelo governo do Estado que reconhece a importância do setor para a retomada da economia.
Em 31 de julho, o governo federal publicou uma medida provisória que indica ajuda aos produtores. No entanto, os anúncios foram considerados insuficientes pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que disse que a medida “não atende todo o problema”. Um dos pontos apontados seria o público que poderia acessar o benefício.
A medida trata especialmente da renegociação de financiamentos, porém, ao contrário do que o setor esperava, o texto beneficia somente aqueles que tiveram perdas iguais ou superiores a 30%.