Ao longo de dois anos, diversos bolsistas passaram pelo projeto de extensão Acervo da Basílica Nossa Senhora Medianeira: organização e pesquisa, adquirindo experiências para o futuro. Esse foi o caso de Thales Gabriel da Cruz Barrozo, 25, que hoje é curador no Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas (MHIF) e bolsista no mestrado em Humanidades e Linguagem (MeHL) da UFN. A participação na iniciativa é relembrada com carinho pelo egresso do curso de História:
– Iniciei minha participação no projeto de extensão em junho de 2022, quando tinha 23 anos e estava no 7º semestre da faculdade. Permaneci como bolsista até dezembro de 2023 e, em seguida, atuei como voluntário até março de 2024. A rotina do projeto acontecia uma vez por semana, sempre às quintas-feiras, das 13h às 17h. Durante esse tempo, eu me dedicava às tarefas na Basílica, cuidando dos objetos e participando da preservação do acervo.
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Entre os itens que Barrozo teve acesso, está a coroa ofertada a Nossa Senhora da Medianeira em 1950. O jovem foi um dos responsáveis pela higienização do objeto doado pela paróquia Santa Teresinha.
– Lembro-me nitidamente do processo de limpeza dessa peça metálica. Ao polir cada detalhe, não estava apenas preservando um objeto, mas também honrando a fé e as histórias de inúmeras pessoas que, ao longo dos anos, buscaram consolo e esperança nessa imagem. Esse ato, que à primeira vista poderia parecer simples, transformou-se em uma experiência profundamente gratificante, pois cada movimento que realizei contribuiu para manter viva a rica história e o profundo significado daquela coroa um verdadeiro símbolo de devoção que transcende o tempo e continua a tocar corações, especialmente quando foi exposta – conta Barrozo.
Além de Barrozo, foram bolsistas do projeto: Camila Devitte Fontes; Cassiano da Rosa Chaves; Cícero dos Santos Lorena; Erick Augusto Alves Soldati Machado; Gabriel Dutra Villalba; Leonardo Maciel Molinari; Luana Franco Aurelio e Rochester Soares de Lima.
Hoje, a missão de dar continuidade ao trabalho de organização do acervo da Basílica se encontra nas mãos de Benhur Beck dos Santos, Gabriel Carvalho Cardoso e Robson Pereira da Rosa. Santos, que está no 6º semestre do curso de História, ingressou no projeto de extensão em dezembro de 2023. Para ele, os encontros têm mostrado uma outra visão do curso.
– Tem sido uma experiência muito boa, porque eu tenho aprendido bastante. Questões sobre museologia e trabalhar com acervo são coisas que eu não tinha noção quando entrei no curso. Então, descobri que História é algo muito além de escrever artigos ou estudar tempos passados. É também mexer com a história viva. Aqui na Basílica, isso é muito interessante porque você aprende sobre essa parte importante da cidade, Medianeira e até mesmo a romaria, a partir dos objetos e estátuas – afirma o jovem de 21 anos.
A importância da experiência na vida dos futuros profissionais também é enfatizada pela ex-coordenadora do projeto, Roselâine Casanova Corrêa. Conforme a pesquisadora, o projeto tem ampliado o horizonte dos alunos para além da religião:
– Nem todos que participam do projeto são católicos. Entre bolsistas e professores, temos várias religiões. Então, é um ecletismo que vem a colaborar também com o ponto de vista individual, porque a pessoa vê um mundo que ela não está habituada.