
Nathália Schneider (Arquivo Diário)
O começo do verão somado ao período de férias ou folga de fim de ano são a combinação perfeita para quem procura descanso nos balneários da região. No entanto, sempre que o assunto é água, ascende-se um alerta para o cuidado afim de evitar tragédias, como afogamentos.
Estatísticas apontam que desde o último dia 21 — início da Operação Verão Total no Estado — pelo menos cinco pessoas perderam a vida enquanto se divertiam nas águas. A mais recente foi no Litoral Norte, em Arroio do Sal. As outras quatro, em balneários de água doce e que não possuíam supervisão do Corpo de Bombeiros. Na temporada passada, foram mais de 60 mortes.
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Negligência e descuido
Locais para banho como piscinas, rios e lagos são as grandes atrações do verão e propícios na época do fim de ano, o que geralmente vem acompanhado de muitos comes e bebes. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a negligência e o descuido estão entre os principais motivos para tragédias no meio aquático, isso inclui a falta de supervisão de crianças e também adultos que subestimam os riscos.
Para o Capitão Fábio Quintana, do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, que atende 27 municípios da Região Central, a chave do cuidado é conhecer o local em que se está e ter noções básicas de nado, para casos de emergência:
— O principal é ter afinidade com a água, saber nadar ou flutuar. Se não souber, manter a água no máximo na altura do peito e para crianças na altura do umbigo.
O capitão lembra que é importante ter em mente a disparidade entre rios, piscinas e mar, por exemplo. Dada as diferenças físicas e até mesmo químicas de cada espaço, os riscos também podem ser distintos, principalmente para quem não é acostumado com o meio.
— O mar é plano, tem no máximo alguns "valos" por conta da corrente do mar. Não há pedras ou galhos como o rio. Pode ter também resto de construção ou destroços de enchentes. E em sua normalidade, sofre erosão, então ele pode ficar mais raso ou profundo — afirma.
O aviso também considera como o corpo humano reage aos diferentes locais, como frisa o capitão:
— No rio a água é menos densa, ou seja, a pessoa afunda com mais facilidade. Diferente do mar, onde podemos ver a cabeça da pessoa. Na piscina, a água é parada, então o principal cuidado é manter barreiras para crianças e pets.
Neste ponto, o alerta também vai para locais que transbordaram com as chuvas de abril e maio. Além de sedimentos de terra e outras substâncias naturais, o rio ainda pode trazer junto consigo restos do que foi levado pelas enchentes.
Outra recomendação é sobre a ingestão de comida e bebida. A dica é não beber nem comer demasiadamente antes de se banhar. O contrário, conforme o capitão, pode favorecer afogamentos e até mesmo a ocorrência de mau súbito.
Alerta com crianças
Conforme o Corpo de Bombeiros, a criança é quem mais requer atenção e cuidado quando o assunto é água. A principal dica é reforçar a supervisão e fazer uma vistoria no local, antes do banho, afim de verificar se o espaço está seguro. O recomendado é que a água não passe do umbigo dos pequenos.
O colete salva-vidas também pode ser um aliado para evitar afogamentos. Ao contrário da boia, que não é recomendada pelos profissionais, o colete oferece proteção porque fica preso ao corpo.
Banho seguro onde há água própria e guarda-vidas
Até o momento, nenhuma morte por afogamento foi registrada em local com presença dos bombeiros. O número reforça a orientação para que banhistas somente frequentem áreas que tenham serviço de guarda-vidas.
Na Região Central, os 11 balneários registrados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), estão próprios para banho, conforme o boletim mais recente divulgado pelo órgão. No entanto, somente seis municípios são atendidos com o serviço de guarda-vidas: Nova Palma, Lavras do Sul, Restinga Sêca e Toropi - pelo 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM) - além de Jaguari e São Francisco de Assis - pelo 13º BBM.
Dicas para evitar acidentes:
- Entre na água apenas em local com condição própria para banho;
- Evite tomar banho nas primeiras 24 horas após chuvas intensas em saídas de córregos ou rios que afluem nas praias, pois as águas podem estar contaminadas por esgotos domésticos;
- Não tome banho em locais com concentração de algas, pois podem conter toxinas prejudiciais à saúde;
- Evite beber e ir para a água. A ingestão de álcool diminui os reflexos;
- Use filtro solar;
- Procure nadar em área supervisionada por guarda-vidas;
- Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar;
- Respeite as bandeiras e a sinalização do local;
- Para não ficar preso em obstáculos do rio, use roupas leves;
- Cuidado ao andar sobre as pedras, pois o limo é escorregadio e pode causar acidentes;
- Em caso de emergência, ligue 193.