
Com cinco casos de dengue confirmados em 2025, Santa Maria segue com as ações de combate ao mosquito Aedes aegypt. Na manhã desta terça-feira (18), de casa em casa, agentes de saúde orientaram os moradores sobre as práticas adequadas para evitar os focos do mosquito. A ação foi acompanhada por cerca de 40 militares do Exército.
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A forma mais eficaz de prevenção contra a dengue é evitar a circulação do mosquito. Por isso, o trabalho consiste em orientação, conforme explica o secretário de Saúde, Guilherme Ribas. É o terceiro ano que ações com essa são realizadas no município:
– Vamos até o dia 28 deste mês com a ação de combate mecânica, que é a orientação e a retirada de focos do mosquito para reduzir cada vez mais o número de casos. Também é um momento para conscientizar a população que é um apoio mútuo, da comunidade com o Poder Público. Então, queremos que ouçam as orientações e façam a sua parte.
Dengue em Santa Maria
*até 18/03, às 12h
- Notificações: 234
- Confirmados: 5
- Inconclusivos: 33
- Em investigação: 110
- Descartados: 86
- Incidência (todas as notificações exceto os casos descartados por 100.000 habitantes): 51,9
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde
O Bairro Passo d’Areia foi um dos locais atendidos pelo mutirão. O trabalho tem início com a vistoria das residências para verificar se há recipientes com água parada. A visita é acompanhada de orientação aos moradores. Caso seja identificado foco do mosquito, o material é coletado para análise. Essa etapa é importante para mapear os pontos com maior incidência, explica uma das agentes de saúde durante o mutirão. O aposentado Federico Cechin, 83 anos, fala sobre a importância das orientações, antes conhecidas apenas pela televisão:
– Ouço as pessoas falando mas ainda não tinha aparecido ninguém para fazer uma visita. Eu fico contente de receber porque a gente vê as partes que não estão bem e tem a oportunidade de solucionar. Toda orientação é importante.

Quem também acompanhou a visita dos agentes de saúde foi o empresário Carlos Alberto da Silva Martelli, 44 anos. É desejo dele que cada um possa fazer a sua parte:
– Eu me preocupo, principalmente, com os terrenos baldios, porque são locais em que as pessoas colocam lixo. Eu procuro cuidar do meu pátio e até alertar quem eu vejo. Mas sinto que ainda falta uma conscientização da comunidade, para que todos possam agir da mesma forma.
Os mutirões seguem até o dia 28 de março e ocorrem das 8h ao meio dia. Todos com o apoio do Exército. A ação também contempla os bairros Tancredo Neves, Nova Santa Marta, Urlândia, Itararé, Boi Morto, Salgado Filho e Noal. Na segunda-feira (17), o mutirão foi realizado na Vila Militar Coronel Niederauer, no Bairro Nossa Senhora de Fátima.

Além das visitas, o município realiza o trabalho de pulverização contra o mosquito Aedes aegypti. Desde o início de fevereiro, conforme a prefeitura, já foram atendidos 1.268 quarteirões em 14 bairros. O inseticida é comprovadamente sem riscos à saúde humana, por tratar-se de um produto biológico.
Faça a sua parte
- Mantenha a caixa d’água sempre fechada
- Encha de areia, até a borda, os potes e os vasos de plantas
- Não deixe a água da chuva acumular em recipientes
- Mantenha tampados tonéis e barris de água
- Guarde garrafas de cabeça para baixo
- Recolha seus resíduos
- Use repelente
- Utilize inseticida em locais escuros (perto do chão e proximidades de piscina)
- Atenção às piscinas, especialmente as de plástico
- Para denúncias de locais com água parada, ligue para (55) 3174-1581
Falta de profissionais e a importância da comunidade
Apesar dos esforços, a Secretaria Municipal de Saúde admite que ainda falta efetivo. Por isso, busca apoio do Exército, de agentes comunitários e da população. É o que explica Guilherme Ribas:
– Em relação ao combate da dengue, nós certamente precisamos ter mais profissionais e agentes. Mas, como não possuímos todo o efetivo, o que nós conseguimos fazer é ter apoio. Contamos com a ajuda do Exército, dos agentes comunitários e da população. Então, precisamos de vários braços.
O pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Santa Maria Gabriel Wallau acompanha de perto o cenário no município. Para ele, faltam agentes de saúde para atuar no controle e na conscientização da doença. Ao mesmo tempo, observa que a prefeitura tenta suprir essa falta por meio de parcerias, e tem buscado tecnologias para controle do Aedes aegypti:
– O Poder Público sempre tem algumas limitações, principalmente de pessoas. Mas a prefeitura tem feito tudo o que se recomenda e tem procurado outras formas para diminuir os casos. Entre elas estão métodos de controle que detectaram o vírus no mosquito para, assim, fazer o monitoramento dos bairros mais afetados antes que o vírus se espalhe para outros locais. O Aedes aegypti mora no pátio das pessoas. E não há força pública suficiente para visitar todas as casas do município. Então, precisamos do engajamento da população, que é uma doença séria.

Para o pesquisador, o método mais eficaz de combate à dengue é a vacina. Mas, ainda não é produzida em escala suficiente. Por isso, conforme Wallau, a ação coletiva ainda é o melhor caminho:
– Até hoje, não temos uma solução ideal para a dengue, em nível mundial e de Brasil. Claro que as medidas reduzem o número de casos, mas não conseguem eliminar todos os casos de dengue. Eu acredito em termos teóricos, que a nossa melhor opção seria a vacina. Entretanto, apesar de já termos uma vacina, ela não é produzida na escala suficiente. Então, precisamos tentar evitar o contato com o mosquito. Precisamos que a comunidade contribua para que todos se beneficiem. É uma ação pessoal que beneficia o coletivo.
O que é a dengue?
A dengue é uma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, e os sintomas incluem febre alta, dor no corpo, dor nas articulações, dor de cabeça e dor atrás dos olhos, além de manchas pelo corpo em alguns casos. O método mais eficaz para evitar a contaminação é impedir a circulação do mosquito.
Sintomas de dengue
- Febre alta com duração de dois a sete dias
- Dor atrás dos olhos
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo e nas articulações
- Vômito
- Diarreia
- Mal-estar geral
- Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira
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