"Ela (Edelvânia) foi encontrada morta, mas há indícios de que ela tenha se suicidado", diz secretário Jorge Pozzobom sobre condenada pelo assassinato do menino Bernardo

Foto: Gabriela Perufo / Arquivo Diário

Edelvânia Wirganovicz, condenada pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi encontrada morta na tarde de terça-feira (22), no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, onde cumpria pena no regime semiaberto. O fato foi confirmado pela Polícia Penal. 

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Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade, (CDN 93.5 FM), com apresentação de Alexandre de Grandi e Rogério Kerber, o titular da  da Secretaria dos Sistemas Penal e Socioeducativo do Estado – pasta responsável pelos presídios –, ex-prefeito de Santa Maria Jorge Pozzobom (PSDB), comentou o caso.

– Está sendo feita toda uma investigação. Ela foi encontrada morta, mas há indícios de que ela tenha se suicidado. Por isso, está sendo feita uma investigação completa pela Polícia Civil. Evidentemente, isso tramita, neste primeiro momento, em segredo de Justiça até para não atrapalhar a investigação – afirmou o secretário.

Pozzobom evitou dar detalhes sobre a morte e a situação de Edelvânia antes do fato, mas avaliou os motivos para sua prisão. Ela estava cumprindo o regime semiaberto após ter a prisão domiciliar revogada em fevereiro de 2025. Ela foi condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

– Tem uma coisa que é importante a gente dizer. Por que Edelvânia estava no presídio? Ela estava lá porque matou uma criança, ela matou um inocente. Ninguém a obrigou a estar dentro do sistema prisional. Ela está lá porque matou um inocente e ainda confessou. Não há nenhum problema em fazer essa afirmação de maneira categórica – afirmou o secretário.

A mulher era amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, condenada a 34 anos pelo crime. Ela admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada. O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi condenado por participação na morte de Bernardo. Ele recebeu pena de nove anos e já está em liberdade. 

Em 2023, uma decisão da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre havia determinado que Edelvânia utilizasse tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional.

Confira a nota da Polícia Penal: 

"A Polícia Penal informa que a apenada Edelvania Wirganovicz, que cumpria pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, foi encontrada sem vida durante a tarde desta terça-feira (22).
Ela foi encontrada com sinais de enforcamento e os indícios preliminares apontam para que a própria apenada tenha cometido o ato. A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias foram acionados para investigar o fato e as causas do óbito. A Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário também acompanha a apuração do caso."

Relembre o caso

O crime ocorreu em abril de 2014, quando Bernardo, então com 11 anos, desapareceu em Três Passos, no noroeste do RS. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois enterrado em uma cova em Frederico Westphalen. O pai do menino, Leandro Boldrini, foi apontado como mentor do crime e condenado em 2023 a 31 anos e 8 meses. Graciele foi considerada a executora, com a ajuda de Edelvânia Wirganovicz, condenada a 22 anos e 10 meses. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi condenado por ajudar na ocultação do corpo. No dia 17 de abril, Graciele recebeu autorização da Justiça para ir para o semiaberto. 

Sobre o sistema prisional

Entre outros assuntos, Pozzobom também comentou sobre procedimentos que sua gestão na secretaria busca avançar, como os bloqueadores de celulares, a diminuição das saídas de apenados a unidades de saúde, com maior implementação de telemedicina e o aumento de vagas no sistema prisional.

– Esses dias me perguntaram sobre superlotação. Estamos tratando de aumentar as vagas em mais de 100 mil. Mas também temos o papel fundamental dos nossos servidores da segurança pública. Por que tem muita gente presa? Porque a polícia faz o seu papel. Por que os presídios estão lotados? Porque a polícia penal não deixa o pessoal fugir – complementou Pozzobom.

Confira a entrevista completa


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