Foto: Arquivo Pessoal
O delegado Giovanni Lovato, titular da Delegacia de Polícia de São Pedro do Sul, divulgou informações nesta quinta-feira (12) sobre a investigação da morte de um bebê de 11 meses no município. O fato ocorreu em novembro de 2024. A suspeita é a própria mãe, uma mulher de 36 anos, que teria dado remédios para dormir à vítima. Ela foi presa preventivamente na tarde de quarta-feira (11) e encaminhada para Santa Maria. A mesma mulher já havia perdido outros dois filhos pequenos entre 2017 e 2018.
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De acordo com a Polícia Civil, na época do fato, o corpo do bebê foi encaminhado para exame de necropsia, indicando que a causa da sua morte foi por asfixia causada pela aspiração do próprio vômito. O laudo do exame toxicológico também apontou a presença de um remédio antidepressivo no organismo da vítima, usado para dormir.
Ainda conforme a polícia, o uso do medicamento, que teria sido dado pela própria mãe ao bebê, não resultou na sua morte, porém teve uma influência no agravamento do seu estado de saúde. Os efeitos teriam provocado uma série de sintomas, como uma gastroenterite, que durou cinco dias e deixou a criança debilitada. No dia em que foi levado ao hospital de São Pedro do Sul, o bebê chegou em estado grave e não sobreviveu após uma parada cardiorrespiratória.
Ao programa Fim de Tarde CDN (93.5 FM), Lovato explicou que, somente após o resultado do laudo, a polícia confirmou as suspeitas que tinha. Por isso, foi feito o pedido de prisão preventiva da mãe:
– A causa da morte foi uma broncoaspiração, quando a criança vomita e engole o próprio vômito. Esse medicamento antidepressivo causa diversas reações em adultos. Porém, essas reações foram encontradas no corpo do bebê, ainda no momento em que os enfermeiros atenderam a vítima, indicando que ela estaria sob efeito dessa medicação. Com a comprovação do laudo, tivemos certeza disso e fizemos o pedido pela prisão preventiva da mãe do bebê, que foi acatada pelo Poder Judiciário.
Durante a fase de inquérito, o delegado conta que foram coletados depoimentos de familiares, uma ex-amiga da suspeita e conhecidos. Inclusive, confirmou a morte de outros dois filhos da suspeita, um menino de 3 anos e uma menina de quase 2, nos anos de 2017 e 2018. Lovato relata que as mortes das duas crianças apresentam similaridade com sintomas apresentados pela morte do bebê. Por isso, deve ser feita uma investigação paralela sobre esses dois casos.
– Ainda estamos realizando oitivas e tudo indica que a suspeita tinha prática, quem sabe já na época em que os outros dois filhos dela morreram. Sobre essas outras duas mortes, faremos um novo inquérito paralelo a isso, para investigarmos o que ocorreu – afirma Lovato.
Ainda segundo o delegado, a suspeita está presa em Santa Maria e negou em depoimento que tivesse dado qualquer medicamento às crianças. Porém, Lovato conta que, após uma varredura nas farmácias do município, ficou constatado que a mãe do bebê teria comprado uma caixa com 30 comprimidos desse antidepressivo, no mês de outubro:
– Acreditamos que ela não dava um comprimido inteiro, talvez a metade. Mas já suficiente para causar grandes efeitos em um bebê de 7 quilos.
Outros quatro filhos da suspeita, sendo dois adolescentes e duas crianças, foram encaminhados ao Conselho Tutelar.
– Tivemos que retirar esses menores do âmbito familiar pois há uma suspeita de que a família tenha uma postura negligente com toda a situação. A avó das crianças, que mora em outro município, ficaria com as crianças em alguns momentos e há suspeita de que até ela teria dados remédio para elas em alguns momentos. Isso está sendo investigado – finaliza.
Assista a entrevista completa:
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