Delegado da Receita Federal confirma que 5 servidores de Santa Maria foram presos por desviar mercadorias apreendidas

Colaborou: Rafael Menezes

Delegado da Receita Federal confirma que 5 servidores de Santa Maria foram presos por desviar mercadorias apreendidas

Foto: Polícia Federal (Divulgação)

A Operação Entreposto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e a Corregedoria da Receita Federal, resultou na prisão preventiva de cinco servidores da Receita, na manhã desta quarta-feira (6), em Santa Maria. A ação investiga o desvio e apropriação de mercadorias apreendidas em fiscalizações, que eram posteriormente vendidas no mercado informal. No total, 10 prisões já foram realizadas na cidade, em Pelotas e em Chapecó (SC). 


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Tudo teve início a partir de denúncias e investigações internas e chegou-se a conclusão de que a rede criminosa envolve servidores da Receita, um policial militar de Santa Catarina que atuava no setor de inteligência do órgão, além de empresários.


Delegado da Receita Federal de Santa Maria, Alexandre RighesFoto: Receita Federal (Divulgação)


O delegado da Receita Federal de Santa Maria, Alexandre Righes, informa que os mandados foram cumpridos em bairros como Nossa Senhora das Dores, Lorenzi e Duque de Caxias, além da coleta de documentos no depósito da Receita Federal. 


– Foram presos quatro servidores da Receita que estavam envolvidos, um policial militar e um outro servidor foi preso em flagrante durante o cumprimento dos mandados de apreensão. Além de particulares envolvidos no caso. 


Todos os presos foram encaminhados para o posto da Polícia Federal de Santa Maria. Agora, os servidores devem responder a dois processos: nas esferas criminal e administrativa.


– O processo criminal é com a Polícia Federal, e o administrativo fica a cargo da Corregedoria da Receita Federal, que dará o direito de defesa aos envolvidos. Administrativamente, a pena máxima a ser imputada, caso eles sejam culpados, é de demissão do órgão, ou seja, a perda do cargo – afirma o delegado.


Righes garante que medidas já haviam sido adotadas pelo órgão para reforçar o processo como um todo. 


– Desde que recebemos a informação de que atos irregulares estavam ocorrendo, tomamos medidas administrativas e de segurança das instalações e dos processos. A gente já tinha feito um mudança na chefia da Seção de Repressão, mudado os responsáveis pelo relacionamento e triagem de mercadorias. Também fizemos uma reforma no depósito para melhorar a segurança nas câmeras, reformulamos as comissões de destruição de produtos para minimizar a possibilidade de eventuais desvios no momento da destruição - informa.


Agora, também será preciso recompor a equipe local para mantê-la em funcionamento, já que ficou desfalcada em decorrência das prisões dos cinco servidores. Por fim, o delegado reforça que o órgão não compactua com esses atos:


– A Receita, de forma alguma, concorda com esse tipo de atividade. A instituição agiu logo que recebeu a informação sobre os fatos e afastou as pessoas, além de provocar a instância criminal para que a operação fosse deflagrada. Também temos como missão tranquilizar nossos servidores e explicar o que está ocorrendo. Apesar de traumática a operação, ela é benéfica no sentido de eliminar quem esteja em desalinho de conduta.


Crimes investigados

Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de peculatofacilitação ao contrabando ou descaminholavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação também revela um esquema de corrupção que envolve agentes públicos e particulares com antecedentes de contrabando e descaminho.


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