
Foto: Rafael Menezes (Diário)
A Polícia Civil localizou, na manhã desta quarta-feira (22), um galpão utilizado para a produção de cigarros ilegais em uma propriedade na localidade de Porto Alves, interior de Agudo. Durante a operação, no local foram apreendidos maquinários, embalagens, insumos e caixas de produtos já prontos para revenda. Sete paraguaios e dois brasileiros com idades entre 23 e 31 anos que trabalhavam na fabricação de cigarros foram presos no momento da abordagem.
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Segundo a polícia, os materiais seriam comercializados em outras cidades sem o devido recolhimento de impostos, simulando serem de fabricação paraguaia. O galpão foi identificado após meses de investigação que buscavam desarticular o esquema de falsificação e contrabando.

Conforme o Fórum Nacional de Combate à Pirataria, o cigarro é o produto mais fabricado e vendido ilegalmente no Brasil, causando prejuízos bilionários devido à fraude fiscal, sonegação de impostos e concorrência desleal.
No mercado legal, mais de 70% do preço de um cigarro corresponde a tributos. Com a venda ilegal, organizações criminosas aumentam suas margens de lucro, utilizando os recursos para financiar outras atividades ilícitas, como o tráfico de drogas.
A polícia acredita que a capacidade de produção do local seja em torno de 150 mil maços por dia, e até três milhões e meio de cigarros por diariamente.

Segundo informações coletadas no local, a fábrica ilegal de cigarros utilizava como “fachada” uma empresa de arroz com sede em São Borja, indicando que para além da prática de crimes de tráfico e crimes contra as relações de consumo, poderia haver a consumação de estelionatos contra os produtores da região por meio da compra fraudulenta de arroz.

Grande parte dos produtos eram revendidos para a região central, bem como o sul do Estado.
No mercado clandestino, cada caixa de cigarros é vendida por cerca de R$ 1 mil, totalizando a quantia aproximada de R$ 300 mil de faturamento bruto por dia.
A operação foi coordenada pelo delegado Sandro Meinerz da Delegacia Regional de Santa Maria, com apoio do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), sob coordenação do delegado Alencar Carraro, de policiais de Agudo e do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O que diz a defesa
Os brasileiros presos são um homem de 38 anos e uma mulher de 37. Ambos são gaúchos de Arvorezinha.
O advogado Roberto Leite, que representa todos os envolvidos no caso, informou que, neste momento, não irá se manifestar sobre o caso, já que ainda não teve acesso completo ao inquérito policial. “A cautela demonstrada pelo advogado ressalta a importância de uma análise cuidadosa dos fatos antes de qualquer manifestação, garantindo assim que os direitos de seus clientes sejam preservados”, divulgou.