Foto: Vinícius Machado (Diário)
Dos 209.393 eleitores santa-marienses aptos a votar no segundo turno das eleições 2024, realizado no domingo (27), 62.463 escolheram não comparecer às urnas, de acordo com dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a apuração.
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O número representa uma abstenção de 29,83%, índice superior ao que foi contabilizado no primeiro turno, quando a ausência foi de 27,54%. De um turno para o outro, o aumento foi de 4.802 eleitores faltosos.
O percentual se aproxima do número de votos do candidato que ficou em segundo lugar. Enquanto Rodrigo Decimo (PSDB) foi eleito prefeito com 76.803 (54,50%), o candidato Valdeci Oliveira (PT) somou 64.113 (45,50%). Uma diferença de 1.650 em relação ao índice de abstenção.
Houve ainda aqueles que foram às urnas, mas não escolheram candidatos. Foram 3.149 (2,14%) votos em branco, e 2.865 (1,95%), nulos.
Abstenção menor do que na eleição anterior
Ainda que o percentual de ausentes seja bastante significativo, a participação foi maior do que a registrada nas eleições municipais de 2020. À época, o país enfrentava a pandemia de Covid-19 e a abstenção atingiu 31,34% (64.016).
Eleições 2020 em Santa Maria - 2º turno
- Eleitorado apto – 204.282
- Comparecimento – 140.266 (68,66%)
- Abstenção – 64.016 (31,34%)
Santa Maria acompanha tendência nacional
O chefe do cartório da 135ª Zona Eleitoral, Vinícius Teixeira, explica que, apesar de o aumento da abstenção no segundo turno ser um fenômeno observado em todo o país, o cenário local é preocupante e merece ser analisado com atenção.
– Acho que tem que ser estudado mais profundamente, tanto pelos políticos, quanto pelos cientistas políticos e os eleitores, que devem refletir, para ver o que está acontecendo. As pessoas ao invés de irem votar, estão preferindo ficar em casa. Esse aumento nos preocupa, porque defendemos que o eleitor vá até sua seção e faça sua opção. Estamos num período de reflexão – afirma.
No contexto brasileiro, a abstenção registrada foi de 29,26%. A taxa também só não superou a da eleição de 2020, durante a pandemia. Naquele ano, o índice de faltosos na segunda rodada do pleito foi de 29,47%.
Situação no RS
A capital dos gaúchos, Porto Alegre, registrou a maior abstenção da história e o percentual mais alto entre as capitais brasileiras. No total, 381.965 pessoas não foram votar, o que significa 34,83% do eleitorado.
Em Canoas, município fortemente atingido pela enchente de maio, o número é ainda maior: 35,72% dos eleitores não compareceram às urnas. Há ainda Caxias do Sul (28,64%) e Pelotas (25,71%).
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Confira o índice de abstenção nas cidades gaúchas com segundo turno:
- Porto Alegre: 34,83% (381.965)
- Caxias do Sul: 28,64% (99.441)
- Canoas: 35,72% (92.716)
- Pelotas: 25,71% (63.931)
- Santa Maria: 29,83% (62.463)
Ministra do TSE promete pesquisa sobre motivos de abstenção
Diante do cenário de desinteresse dos eleitores em participar da escolha dos representantes municipais, a Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento no próximo pleito, em 2026, disse a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, ainda na noite de domingo.
– Há um aumento de abstenção no segundo turno. Tivemos casos climáticos, outros problemas. Vamos verificar e ver o que podemos aperfeiçoar. Vamos ter que apurar em cada local e trabalhar com os dados – afirmou a ministra.
Segundo ela, o TSE fará uma pesquisa com os Tribunais Regionais Eleitorais para identificar os principais entraves ao comparecimento de eleitores em cada localidade. Ela prometeu apresentar um relatório antes da diplomação dos candidatos eleitos, em dezembro.
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