
Foto: Beto Albert (Diário)
Com maioria dos votos conquistados na zona oeste de Santa Maria, vereadora vai para o segundo mandato
Foi no interior de Santiago, na localidade de Monte Alegre, em uma infância rural, ao lado dos pais, que Marina Callegaro despertou o interesse pela política. Com 9 anos de idade, já vislumbrava um futuro na política incentivada pelo pai e, por ser aluna de uma escola “Brizoleta”, um projeto do ex-governador do Estado Leonel Brizola (PDT) que, na década de 1960, construiu escolas de madeira de educação primária por todo o Rio Grande do Sul, para garantir ensino às crianças.
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– Ainda lá em Santiago, meu pai me estimulava muito a entender o que era um processo político, a importância da política nas nossas vidas. E o dia da votação era sempre um momento importante, que naquela época se confundia com o dia do meu aniversário, 15 de novembro. Era um dia especial, meu pai era presidente de seção, fazia campanha e eu ajudava ele e, eu criança, disse que um dia seria vereadora – recorda Marina.
A influência da Brizoleta
A educação e a busca de oportunidades trouxeram Marina a Santa Maria, para concluir os estudos e buscar a formação em Direito. E foi pela educação que nasceu o viés político de Marina, hoje com 43 anos.
– O primeiro político para presidente do Brasil que eu tive afinidade foi o Leonel Brizola, exatamente porque eu estudei numa Brizoleta. Eu valorizava o fato de ele ter me oportunizado o acesso a uma escola e, com 16 anos, fiz o meu título porque queria participar desse processo que é a eleição. Entendendo as causas que eu acreditava, criei afinidade como o PT – explica.

Antes da política
Antes de entrar para a política, Marina foi estagiária da prefeitura no governo de Valdeci Oliveira (PT), quando começou a ter os primeiros contatos com a administração pública. Depois, tornou-se advogada previdenciária. Em 2004, filiou-se ao PT e entrou para a militância até se candidatar pela primeira vez em 2016. Pautada por direitos das mulheres, direitos humanos, educação, cultura, saúde e diversidade, em 2020 tenta outra vez e se elegeu. E foram as mesmas pautas que garantiram a reeleição neste ano, com 2.354 votos. Votos esses que a tornaram uma das três mulheres, entre os 21 vereadores.
– Eu carrego comigo uma bandeira muito forte que é justamente o protagonismo das mulheres, a garantia dos nossos direitos, pois temos pouca representatividade. Gostaríamos de ocupar mais espaços, não só na Câmara, mas outros espaços de poder e de decisão – destaca a vereadora.
Dos mais de 2,3 mil votos que a elegeram, a grande maioria foi registrada nas urnas do Bairro Nova Santa Marta, região oeste da cidade, local que marcou o início na política em 2004.
– A nossa votação tem uma concentração na zona oeste da cidade, mas também há votos em outros locais. Mas aqui tem uma simbologia muito forte, porque foi aqui o início da minha militância e onde aprendi muito com as lideranças daqui que me ensinaram a gostar da política e também porque é um espaço que, para mim, representa um local de resistência e de representatividade para as coisas que eu acredito – finaliza a parlamentar petista.