Bolsonaro visita o Estado e se posiciona frente a investigação da PF: "Deixa eu falar"

Foto: Divulgação Fenasoja

A vinda de Jair Bolsonaro (PL) ao Rio Grande do Sul gerou novos posicionamentos sobre seu nome estar na lista da organização criminosa suspeita de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva assumisse em 2022. O ex-presidente está no Estado nesta sexta-feira (6), para a Fenasoja de Santa Rosa, considerada a maior feira multissetorial do Brasil. Em entrevista sobre a vinda na Rádio Gaúcha, defendeu-se dizendo que não teve participação em suposto plano golpista.

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Bolsonaro foi indiciado por tentativa de golpe de Estado pela Polícia Federal(PF). O órgão apresentou 800 páginas sobre o caso.

– A minha participação foi a mesma de vocês: zero. Primeiro que não acredito em golpe. Pela minha parte, zero e nem por parte da acusação que cai sobe esses militares. Se for ver os depoimentos, nada liga a nada – declara Bolsonaro, falando que o caso envolve manipulações do inquérito, prisões arbitrárias e delações premiadas sem fim.

Ele ainda complementa que é "uma vergonha" a maneira como a investigação está sendo desenvolvida. Quando questionado sobre seu conhecimento quanto aos planos desenvolvidos por pessoas próximas a ele, o ex-presidente diz que "às vezes, um casal é traído e o outro não sabe" (dando a entender que não sabia sobre o plano).

Alexandre de Moraes

Ainda sobre o caso. Nesta sexta-feira (6), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar um recurso que relaciona Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo do ex-presidente é retirar Alexandre de Moraes da investigação frente o inquérito do golpe de estado. Essa demanda já foi negada em fevereiro pelo STF. Agora, o recurso passa a ser analisado pelo plenário.

O julgamento será em sessão virtual e vai até 13 de dezembro. No formato, não há debate entre os ministros, que depositam seus votos em um sistema eletrônico.

O recurso de Bolsonaro defende que o ministro seria uma vítima potencial das tratativas que fariam parte do plano golpista. Logo, deveria ser impedido de atuar na investigação.

"Deixa eu falar"

Bolsonaro ainda falou sobre a tentativa do partido em rever o resultado das eleições em 2022. Ele colocou que o ponto-chave para não seguir com a solicitação foi a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

– Acabaram as eleições (de 2022), e vimos algumas inconsistências e questionamos o Tribunal Superior Eleitoral. Recebemos indeferimento e uma multa de R$ 22 milhões para o Partido Liberal. A partir que não posso mais a Justiça Eleitoral, o que nós fizemos: onde nós poderemos conseguir uma alternativa dentro das quatro linhas na nossa condição, para questionarmos o resultado. E Alexandre de Moraes disse que quem duvidasse do sistema eleitoral está atentando contra a democracia – relata Bolsonaro, questionando por que do resultado de sua vitória na eleição de 2018 ter sido investigado pela PF a pedido do STF, e o pleito de 2022 não pôde passar pelo mesmo processo.

Sobre o indiciamento

Segundo a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.

Entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão o ex-presidente Bolsonaro; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Há outros nomes em investigação. Veja na íntegra.

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Fenasoja

A 24ª edição da Fenasoja começou em 29 de novembro e segue até este domingo (8) na região noroeste do Estado. Ela acontece no Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson, em Santa Rosa. Um encontro de fortalecimento do agronegócio e das relações comerciais entre Brasil, Argentina e Paraguai, com cerca de 600 expositores.

É considerado um importante evento para o agronegócio e a economia regional.

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Sábado (7)