João Alves (Divulgação)
Ao longo do governo Pozzobom, Decimo assumiu várias vezes como prefeito interino e passou a liderar os principais projetos da gestão.
Prestes a completar 57 anos – 4 de novembro –, o presente de aniversário chegou antecipado para o atual vice-prefeito Rodrigo Decimo (PSDB): a vitória nas urnas para governar a cidade pelos próximos quatro anos, a partir de 2025.
Conhecido no meio empresarial pela sua atividade no ramo, o engenheiro civil ingressou na política partidária no começo de 2020 ao se filiar no Partido da Social Liberal (PSL), justamente para concorrer de vice na chapa do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). E mostrou que é pé-quente. Na primeira eleição que disputou, em novembro de 2020, já saiu vitorioso em uma disputa que parecia perdida.
Com um perfil mais técnico e reservado, oposto ao de Pozzobom, que é um político nato, Decimo foi, gradativamente, substituindo o papel de coadjuvante para o de protagonista, especialmente depois que o PSDB bateu o martelo de que ele seria o nome para defender a hegemonia do partido na cidade.
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Já com mais traquejo e desenvoltura política até no contato com a população, o vice foi colocado na vitrine e passou a liderar os principais projetos da gestão tucana, entre eles o Centro Criativo Distrito-Gare e a PPP da iluminação pública. Como consequência, passou a conceder mais entrevistas e aproveitar os minutos para falar das obras do governo e, ao mesmo tempo, tornar-se conhecido dos eleitores.
Filho da professora Sônia, que morreu em fim de abril deste ano e a quem sempre fala com orgulho sobre seus ensinamentos, Decimo se mostrou bom aluno ao longo do mandato de vice no desempenho em gravações e manifestações produzidas com sua participação para as redes sociais e com o suporte da Comunicação da prefeitura. Com o tempo, apropriava-se rápido dos textos e dicas, o que serviu de uma espécie de ensaio para a campanha eleitoral.
Tranquilo e com um tom de voz sereno pelos diferentes andares por onde transitava na prefeitura, Decimo teria resistido a adotar um tom mais contundente e combativo em relação aos adversários – até para melhorar sua performance nos debates –, mas os marqueteiros e assessores próximos teriam não só o convencido, como o treinado. E, pela postura adotada, especialmente nos últimos embates, parece ter seguido à risca as orientações da equipe de campanha.
No momento em que a campanha descambou para uma disputa de ideologias, Decimo, em várias oportunidades do horário eleitoral obrigatório, disse que tinha suas posições, mas que o mais importante era Santa Maria.
– Eu me defino como centro-direita. Mas neste contexto, como sempre tenho dito, eu converso com a esquerda e a direita. Não sou radical e não trabalho com polaridade. Trabalho pensando nas pessoas – afirmou o agora prefeito eleito à Rádio CDN durante a série de entrevistas com os candidatos ao Executivo.
Fora as atividades de empresário e a agenda de vice-prefeito, o pai do Lorenzo e da Luíse e marido da Janise gosta de se aventurar na cozinha. Quem já teve a oportunidade de ser convidado a visitar sua casa, é só elogios aos pratos feitos por ele, que, a partir de 2025, com o cargo de prefeito, tende a ter menos tempo para cozinhar.
De Uruguaiana para Santa Maria
“Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde. Ou quem vem de Uruguaiana de manhã”. É das bandas da Fronteira Oeste que vem o novo prefeito de Santa Maria. Ao lado dos pais, mudou-se, junto com os irmãos, para estudar em Santa Maria. Contudo, não dá para precisar se foi de “Uruguaiana de manhã”, como cantado em prosa e verso no clássico Canto Alegretense. Santa-mariense de coração, Decimo, agora, terá a mais importante missão de sua curta trajetória pública: conduzir os rumos da cidade. Talvez nem o próprio vice-prefeito imaginasse que, em tão pouco tempo, teria uma ascensão tão rápida na política: em quatro anos saiu de coadjuvante para protagonista.
E, entre as propostas para governar a cidade, estão ampliação do ensino integral nas escolas de forma gradativa, implantação do terceiro turno em oito unidades e teleagendamento de consultas, além da criação da Secretaria de Segurança.
Histórico
- Natural de Uruguaiana, tem 56 anos
- É formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e tem MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas
- Empresário, presidiu viárias entidades do ramo. Em 1999, associou-se ao Sindicato da Construção Civil (Sinduscon). Posteriormente, foi diretor, vice-presidente de Recursos Humanos e vice-presidente-geral. Em 2003, assumiu como presidente, atuando por dois mandatos
- Em 2008, assumiu a diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), permanecendo no cargo até 2011
- Em 2009, assumiu uma das diretorias da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism). Em 2011, assumiu a vice-presidência da Indústria e, em 2013, a vice-presidência-geral. Em 2015, tomou posse como presidente, cargo que ocupou até 2019
- No começo de 2020, filiou-se ao Partido Social Liberal (PSL) para ser vice na chapa do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). No mesmo ano, elegeu-se vice-prefeito
- Com a fusão do PSL e Democratas, seu partido passou a ser o União Brasil. Chegou a ser anunciado como pré-candidato do PL a prefeito, mas acabou no PSDB, muito pela interferência do Piratini
- Foi eleito prefeito de Santa Maria com 76,8 mil votos em uma ascensão rápida na política partidária, que se iniciou em 2020