Análise aponta que surto de rotavírus em Santa Maria teve origem em reservatório de água da UFSM

Análise aponta que surto de rotavírus em Santa Maria teve origem em reservatório de água da UFSM

Foto: Beto Albert (Diário)

O resultado de um teste realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou a presença de rotavírus na água bruta dos reservatórios da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A investigação foi feita após o município registrar um surto da doença, que começou em setembro deste ano, com o total de 467 casos confirmados. 

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À época, entre 30% e 40% dos estudantes da universidade, além de moradores de diferentes bairros, apresentaram sintomas como náuseas, diarreia e desidratação. Aulas e atividades foram suspensas na UFSM e em três escolas municipais. 

A investigação

Em nota, a universidade afirmou que o poço com indicação de contaminação foi isolado e, desde então, está fora de uso. A análise específica para detecção foi conduzida pela Fiocruz/RJ porque a instituição conta com tecnologia necessária para detecção viral. O teste foi complementar a outras análises realizadas pela universidade e pela Vigilância Sanitária de Santa Maria diante dos primeiros indícios de um surto de rotavírus.

A secretária adjunta de Saúde do município, Ana Paula Seerig, explicou sobre o processo de investigação até a conclusão sobre a origem do surto. Além disso, afirmou que ele foi considerado encerrado há cerca de duas semanas por não existirem novos casos relacionados. 

– Quando ocorre um número grande de casos, o que a investigação mostra é que, muito provavelmente, há uma fonte única de contaminação. Baseado nisso é que foi feita toda a investigação epidemiológica, com suporte da Secretaria de Saúde do Estado e do Centro de Vigilancia. O que se chegou a conclusão foi que esse surto, que findou agora, tem relação com casos que tiveram algum nexo causal com a universidade e depois se alastraram para o restante do município – explicou a secretária adjunta. 

A secretaria de Saúde ainda aguarda o resultado da análise de amostras de alimentos enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen).

Medidas adotadas

A universidade afirmou ainda que, antes mesmo de receber o laudo, já havia intensificado o monitoramento da qualidade da água com o aumento do percentual de cloro utilizado para desinfecção, dentro dos padrões de segurança exigidos pelas normas de saúde pública.

“Ressaltamos que o aumento do cloro, cancelamento das aulas e outras ações contribuíram para contenção do surto. Desde então, o número de casos foi estabilizado e o surto foi considerado encerrado. A UFSM permanece comprometida com a segurança e o bem-estar de sua comunidade, atuando com transparência e responsabilidade em cooperação com as autoridades de saúde” – diz a nota. 

Confira a nota da UFSM na íntegra:

"A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) informa que, diante dos primeiros indícios de um surto de rotavírus, iniciou imediatamente testes internos de monitoramento da qualidade da água no campus que não detectaram a presença de coliformes totais nem da bactéria Escherichia coli (E. coli), indicando que a água distribuída estava dentro dos padrões de segurança e potabilidade exigidos.

Posteriormente, a Vigilância Sanitária de Santa Maria realizou testes complementares que identificaram rotavírus inativo na água bruta nos reservatórios. A análise específica para detecção viral foi conduzida pela Fiocruz/RJ, uma instituição com tecnologia para detecção viral.

Antes mesmo de receber o laudo, a UFSM já havia intensificado o monitoramento da qualidade da água, aumentando o percentual de cloro utilizado para desinfecção, dentro dos padrões de segurança exigidos pelas normas de saúde pública.

É importante destacar que, apesar da confirmação tardia do laudo, a UFSM já havia adotado medidas preventivas em estreita cooperação com a Vigilância Sanitária para assegurar a qualidade da água distribuída. Em resposta imediata, o poço com indicação de contaminação foi isolado e desde então está fora de uso. A partir do recebimento do laudo no final de outubro, a UFSM passou a realizar testes diários antes e depois do dosador de cloro, para assegurar o processo de cloração e eliminação de contaminantes. Essas análises visam garantir que o sistema de cloração assegure a potabilidade da água.

Ressaltamos que o aumento do cloro, cancelamento das aulas e outras ações contribuíram para contenção do surto. Desde então, o número de casos foi estabilizado e o surto foi considerado encerrado.

A UFSM permanece comprometida com a segurança e o bem-estar de sua comunidade, atuando com transparência e responsabilidade em cooperação com as autoridades de saúde. Gabinete do Reitor – 12/11/2024"

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