Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
A partir desta terça-feira (2), uma nova plataforma online desenvolvida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está disponível para que pessoas interessadas em ser doadoras de órgãos possam registrar o desejo. O objetivo é incentivar a doação e garantir que os parentes e o sistema de saúde tenham conhecimento da decisão.
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A espera por um transplante é uma realidade angustiante para milhares de pessoas. Hoje, 42 mil pessoas aguardam na fila para receber algum órgão no país, dessas, cerca de 500 são crianças. Em 2023, aproximadamente 3 mil pessoas faleceram antes de conseguir um doador.
No ano passado, de cada mil pessoas que morreram no país, cerca de 14,5% foram potenciais doadores, porque tiveram morte encefálica. Mas somente 2,6% tiveram órgãos captados. A principal barreira existente no país é a recusa familiar. Em 2023, mais de 40% das famílias negaram doar os órgãos do ente falecido.
Além disso, nem todos os estados têm estrutura para as cirurgias. Em 2023, somente três estados realizaram transplante de pulmão, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. E na Região Norte, por exemplo, nenhum hospital realiza transplante cardíaco.
Também por conta disso, os maiores índices de doadores foram verificados no Sudeste e no Sul do país.
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Como funciona a manifestação de um doador
Atualmente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do paciente. Isso não vai mudar, mas para agilizar o processo de espera, a campanha do CNJ em parceria com os cartórios e o Ministério da Saúde quer tornar a intenção de doar mais transparente. Portanto, quem quiser manifestar esse desejo poderá registar a doação no aplicativo ou no site www.aedo.org.br.
A autorização que comprova a vontade do doador poderá ser acessada pelo Sistema Nacional de Transplantes e apresentada à família para ajudar na decisão. Assim, os cidadãos brasileiros podem contribuir para reduzir o tempo de espera na fila de transplantes e, consequentemente, salvar vidas.