
Foto: Eduardo Ramos (arquivo/Diário)
O aumento de casos de sarampo em diversos países tem sido visto como um alerta pela Organização Panamericana da Saúde (Opas). Em um relatório divulgado em 24 de março, a entidade vinculada a Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou o risco de disseminação da doença como alto na Região das Américas, "devido a persistência da circulação do vírus a partir de casos importados e não alcance da cobertura vacinal igual ou maior a 95% na maioria dos países da região, com consequente aumento da população suscetível".
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Segundo a Opas, já são mais de 500 casos confirmados, incluindo dois óbitos, em países como Argentina, Canadá, Estados Unidos, México e Brasil. Em solo brasileiro, foram registrados três casos de sarampo, sendo dois no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal, o que não altera o status do Brasil como país livre da circulação do vírus do sarampo, segundo os critérios de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do sarampo, rubéola e da síndrome da rubéola congênita na Região das Américas.
Mesmo assim, o cenário requer atenção, especialmente em um país que já registrou surtos da doença, principalmente em 2019.
Rio Grande do Sul
Até o momento, não há registros de casos de sarampo no Rio Grande do Sul em 2025. Em janeiro de 2024, o Estado confirmou um caso importado da doença em uma criança de três anos, sem vacinação prévia, procedente de país asiático e sem outros casos derivados.
Segundo a SES RS, "os últimos casos ocorridos dentro do Rio Grande do Sul (sem histórico de viagem) foram registrados entre 2018 e 2020, com 185 confirmações no período".
Veja o histórico do sarampo no RS
- 2024 – 1 caso importado
- 2021-2023 – sem casos registrados
- 2020 – 37 casos
- 2019 – 101 casos
- 2018 – 47 casos
- 2012-2017 – sem casos registrados
- 2011 – 8 casos
- 2010 – 7 casos
O que é a doença?
O sarampo é uma doença infecciosa e extremamente contagiosa, transmitida pela tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada e que pode apresentar quadros graves em menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos.
Os principais sinais e sintomas do sarampo são*:
- Aparecimento de manchas vermelhas (exantema) no corpo
- Febre alta (acima de 38,5°C)
- Tosse seca
- Irritação nos olhos (conjuntivite)
- Nariz escorrendo (coriza)
*A transmissão inicia seis dias antes do exantema e dura até quatro dias
Vacinação e orientações
O imunizante contra o sarampo faz parte da oferta do Calendário Nacional de Vacinação. Neste documento, a indicação é de que todas as pessoas com idade entre 12 meses e 59 anos sejam imunizadas.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde conta com duas vacinas disponíveis para proteção contra o sarampo: a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Veja os esquemas vacinais:
- Crianças de 12 meses a menores de cinco anos devem receber a primeira dose (D1) aos 12 meses com a tríplice viral e segunda dose (D2) aos 15 meses com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
- Para pessoas de cinco a 29 anos, estão previstas duas doses da vacina tríplice viral
- Pessoas de 30 a 59 anos receberão uma dose de tríplice viral
- Para trabalhadores da saúde, a indicação é duas doses de tríplice viral
- Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal de acordo com a situação encontrada, respeitando as indicações do Calendário Nacional de Vacinação.
- A vacina tríplice viral é contraindicada durante a gestação. As gestantes não vacinadas ou com esquema incompleto deverão receber a vacina no puerpério.
*com informações da SES RS e do Ministério da Saúde