A cor que colore diversas campanhas de Outubro Rosa também alerta as mulheres sobre a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Em Santa Maria, unidades como o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) são referências em exames desse tipo. Apesar da ampla cobertura, que atinge cerca de 45 municípios da região, a adesão está abaixo do esperado.
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Em entrevista ao programa F5, da Rádio CDN 93.5, a médica mastologista, Sabrina Ribas Freitas, afirma que o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) é referência para 45 municípios da região em exames de imagem que auxiliam no diagnóstico da doença. O encaminhamento ao Husm é realizado pela unidade mais próxima a paciente, via Secretaria de Saúde. Apesar da ampla cobertura mamográfica, a adesão ainda é baixa:
– A nossa cobertura mamográfica é considerada boa, no entanto, a adesão das pacientes se torna pequena. O objetivo seria que pelo menos 70% da população alvo fosse rastreada com os exames adequados. Mas, esse número fica em torno de 30%, menos da metade do esperado.
Avanços e a gratuidade do SUS
O movimento do Outubro Rosa foi fundado na década de 1990 por uma entidade norte-americana. De lá para cá, foram inúmeros avanços, do diagnóstico ao tratamento. De acordo com a médica mastologista, mais de 30 anos foram suficientes para surgirem mamógrafos mais modernos, com melhor capacidade de visualização de imagens e menor entrega de radiação para as pacientes.
Também se somam à lista de avanços biópsias menos invasivas. Se antes, todas eram feitas com cirurgia, agora é possível fazer biópsias por punção – procedimento que consiste na retirada de uma pequena quantidade de tecido, por meio de agulha, para análise em laboratório.
Os exames podem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como explica a especialista:
– No SUS (Sistema Único de Saúde) sempre tem uma fila e um respeito de prioridades, digamos assim, mas tem o exame à disposição para que a paciente possa acessá-lo – afirma Sabrina.
Outra ferramenta importante na prevenção da doença é o autoexame que envolve a observação e o toque dos seios para identificar possíveis alterações, como nódulos, inchaços, alterações na textura ou secreções mamárias. Apesar da relevância, Sabrina afirma que o procedimento não substitui o exame de imagem regular.
Idade para iniciar o rastreio
Qual a idade para começar a rastrear o câncer de mama? A resposta, conforme a especialista, ainda não é consenso. Há órgãos que falam em 40 anos, outros em 50. O único acordo é que qualquer alteração deve ser investigada, independentemente da idade.
– São orientações da Sociedade Brasileira de Mastologia que o início seria a partir dos 40 anos para as pacientes que não são consideradas de alto risco, com uma frequência anual. Quando a gente fala de populações de alto risco, pode-se começar em idades mais precoces. Já quando falamos do Ministério da Saúde, o rastreamento indicado seria a partir dos 50 anos, com frequência de dois anos. Então, temos esses dois critérios a serem considerados – afirma a médica do Husm.
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