Rio Grande do Sul tem mais de 30 mil pessoas com o Transtorno do Espectro Autista

Rio Grande do Sul tem mais de 30 mil pessoas com o Transtorno do Espectro Autista

Foto: Arianne Lima (arquivo/Diário)

Mais de 30 mil pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) vivem no Rio Grande do Sul. Os dados fazem parte da pesquisa “Características da População com Autismo no Rio Grande do Sul”, divulgada pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), na quarta-feira (2). 

Conforme o secretário em exercício da Sedes, Gustavo Saldanha, o levantamento é um passo importante:

Os dados nos permitem entender as necessidades e desafios da população com autismo no Rio Grande do Sul. Ter essa visualização do panorama é fundamental para a elaboração de políticas públicas assertivas. 

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A instituição vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedes) analisou dados obtidos por meio das solicitações da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Conforme o estudo, entre junho de 2021 e janeiro de 2025, foram registradas 36.430 solicitações de Ciptea, das quais 33.169 foram aceitas, abrangendo 485 municípios do Rio Grande do Sul. As principais razões para o indeferimento de solicitações foram a apresentação de laudo não emitido por médicos e de documentos cujo diagnóstico informado não corresponde ao transtorno.

Em comparação com 2024, houve um aumento de 11.962 Cipteas e de 20 municípios. 

Cenário

A pesquisa revelou uma distribuição demográfica variada, com uma predominância masculina significativa, correspondendo a 72% dos casos. A identificação precoce do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), com 46% dos diagnósticos ocorrendo até os 3 anos e 11 meses, ressalta a importância das intervenções iniciais

Além disso, o levantamento destacou a coexistência de mais de uma pessoa com TEA na mesma família em 33,31% dos casos, sublinhando a complexidade das necessidades deste grupo.

Com relação ao trabalho, 41% dos adultos com TEA estão empregados, segundo o estudo. Na educação, a pesquisa aponta que 95% dos jovens de 6 a 17 anos estão matriculados na escola.

A localização das solicitações também foi considerada pela pesquisa.O Estado é dividido em 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). Conforme o Atlas Sociodemográfico do RS (2020), os municípios gaúchos mais populosos encontram-se na Região Metropolitana, que fazem parte do Corede Metropolitano Delta do Jacuí, apresentando 29,66% no total de carteiras aprovadas no RS

O segundo Corede com maior índice de solicitações é o Vale do Rio dos Sinos, com 13,84%, e o terceiro é o Corede Sul, com 9,23% de aprovações. Já os Coredes com os menores números de Cipteas verificados foram Celeiro, com 0,66%; Alto da Serra do Botucaraí, com 0,62%; e Nordeste, com 0,61%.

Entre os municípios, Porto Alegre, localizado no Corede Metropolitano Delta do Jacuí, liderou o número de solicitações, representando 16,93% do total. Em seguida, Caxias do Sul, pertencente ao Corede Serra, registrou 4,67% das solicitações, enquanto Canoas, no Corede Vale do Rio dos Sinos, contabilizou 4,56%. Rio Grande, no Corede Sul, teve 4,81%.

Em termos proporcionais em relação ao número de Cipteas e população dos municípios, a cidade que apresenta maior número de carteiras é Capivari do Sul (0,75%), seguida por Rio Grande (0,65%) e Alto Alegre (0,61%).

Desafios e complexidades

A maior parte da população com autismo no Rio Grande do Sul encontra-se nas faixas de renda mais baixas, sendo que 85% vivem com até 1,5 salário-mínimo nacional. Entre 2024 e 2025, também houve redução no número de indivíduos cadastrados na Ciptea com plano de saúde.

*com informações da SES RS

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