Com a campanha Setembro Amarelo em andamento, os diálogos sobre saúde mental e a necessidade de ajuda profissional têm aumentado. Em Santa Maria, as clínicas de psicologia são vistas como opções na assistência à saúde mental.
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No âmbito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) e Universidade Franciscana (UFN), por exemplo, a demanda é atendida por acadêmicos do curso de Psicologia, com a orientação do corpo docente, o que proporciona uma experiência enriquecedora tanto para o profissional quanto para o paciente, que recebe o apoio que necessita.
Assistência
Em funcionamento desde 2002, a clínica de Psicologia da UFN oferta cerca de 150 vagas por semestre para a comunidade. Conforme a coordenadora do espaço, a psicóloga e professora Caroline Cantarelli Rohde, considerando que a clínica também recebe encaminhamentos de pacientes de hospitais e outras instituições, o número tende a ser maior, chegando, em média, a 360 pessoas atendidas.
– Primeiramente, abrimos a lista de espera duas vezes ao ano. Acontece nos meses de março e agosto, na qual as pessoas da comunidade podem ligar para a UFN marcando a triagem para poder fazer parte do atendimento. Mas, temos vagas limitadas em função da quantidade de alunos que temos para atender essa demanda da comunidade – explica Caroline.
Com a orientação de docentes envolvidos no Laboratório de Práticas, mais de 70 alunos do curso de Psicologia fazem estágio no local. Este é o caso da alegretense Maria Paula Dutra, 23 anos. Desde março deste ano, ela atua como monitora na clínica de Psicologia, realizando também a distribuição de pacientes aos demais estagiários. Em entrevista ao Diário, Maria Paula refletiu sobre a importância da profissão e do trabalho realizado pela iniciativa em Santa Maria:
– Nós fazemos um trabalho muito importante, porque não somos rede pública e não trabalhamos com SUS. Mas somos um recurso que a UFN disponibiliza para que as pessoas tenham acesso ao atendimento e a atenção à saúde mental.
Nos últimos anos, a clínica tem apresentado um aumento no número de atendimentos a crianças. De acordo com Caroline, as causas vão desde questões envolvendo a família até problemas de aprendizagem, impactadas especialmente pela pandemia. A equipe também atende adolescentes, adultos e idosos, sendo que o último grupo apresenta uma procura menor por assistência.
– Há muitos casos de pessoas que estão sozinhas na cidade e procuram ajuda no sentido de acolhimento, de alguém para escutar. Isso se faz muito importante, porque às vezes um sorriso não quer dizer que a pessoa não esteja em sofrimento mental. Acaba que ela não consegue expressar o que está sentindo por vários motivos, entre eles, o medo. O psicólogo acaba desempenhando um papel importante por essa escuta, que é aberta e pode ajudar a orientar a vida dessa pessoa – destaca a coordenadora.
Apoio
Para Caroline, mesmo com o atual cenário, a população santa-mariense ainda precisa reconhecer o que de fato impacta na saúde mental:
– Foi feita uma pesquisa sobre a questão da longevidade. O segredo das pessoas que vivem mais é ter amigos, ter com quem conversar e desabafar. Há um tempo, a psicologia sofria com esse preconceito de que só vai no psicólogo quem tem um problema. Mas a questão da saúde mental não é simplesmente um problema específico, mas a forma como lidamos com as nossas demandas no dia a dia e que podem nos adoecer ou não – afirma a psicóloga.
Precisa de ajuda?
Clínica de Psicologia da UFN
- O quê – Consultas nas modalidades individual e grupo
- Público – Crianças a partir dos 4 anos, adolescentes, adultos e idosos
- Horário – De segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 14h às 18h
- Valor – R$ 10
- Onde – Sala 313, 3º andar, prédio 17 da UFN (Rua dos Andradas, 1.250, Centro)
- Agendamento – Pelo telefone (55) 3025-9077
Centro de Valorização da Vida
- Para conversar – Ligue 188