
Em entrevista exclusiva ao Diário, Soila Marques, 27 anos, irmã mais velha de Gabriel Marques Cavalheiro, e Anderson da Silva Cavalheiro, 47 anos, pai do jovem, falaram sobre a revolta diante do laudo da necropsia divulgado nesta segunda-feira (29), que teve um resultado já esperado pela família.
- Era certo que eles fizeram essa maldade. O meu irmão não merecia, ninguém merece passar por isso. Era para eles nos ajudarem, nos protegerem e fizeram isso. Eles vão pagar pelo que fizeram com o meu irmão. A gente não vai desistir, a gente vai honrar o nome dele até o final - conta.
- Eu sinto nojo, espero que os filhos deles tenham vergonha dos pais que eles têm. Eu não sei de onde eu tô tendo tanta força pra conseguir dar força pra minha mãe, pra minha irmã e pra minha avó. É uma dor que a gente vai levar pra sempre. O meu irmão não merecia isso que eles fizeram. Bando de ridículos, monstros, ogros. Eles acabaram com tudo, destruíram a nossa família e o sonho dele.
Ouça a entrevista com Soila na íntegra abaixo:
Anderson da Silva Cavalheiro, pai de Gabriel, também expressou revolta e criticou o que chamou de mentiras da Brigada Militar.
- É muita mentira para um órgão que tem que ter uma responsabilidade grande no nosso Estado. Imagina quantos fatos já aconteceram, que estão ocultando. O Gabriel não era um "João ninguém", ele tinha pai, tinha mãe, casa e família. Todo mundo adorava ele - desabafou o pai.
Ouça, na íntegra, a fala do pai de Gabriel:
O caso
Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.

O corpo dele foi encontrado dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais (Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso) que abordaram o jovem foram presos na sexta-feira (19) a noite e estão no presídio militar em Porto Alegre desde então. Eles já foram interrogados pela Polícia Civil e pela Justiça Militar.